Roseno está em seu segundo mandato como deputado estadual. Foto: Reprodução/YouTube.

Um dos líderes do PSOL no Ceará e pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, o deputado estadual Renato Roseno afirma que seu partido pode ser uma alternativa, além Partido dos Trabalhadores (PT) no Ceará.

Roseno diz que não quer dialogar com o eleitor “anti-petista” e deseja debater com um eleitorado “progressista, crítico e pós-PT”, pensando numa opção “além do PT”.

Ele vê uma dificuldade em concorrer com aliados da família Ferreira Gomes. “Hoje, o grupo hegemonizado pelos Ferreira Gomes, tem uma hegemonia gigantesca. É uma hegemonia tão sólida que eles [membros do grupo] criaram uma tecnologia em lançar candidatos no limite do prazo e eles sabem que este candidato pode chegar, no mínimo, ao segundo turno das eleições. É uma máquina com prefeituras, deputados estaduais, federais”, analisa.

Roseno acredita que as “formas tradicionais” da política sofrerão uma “revolução”, relacionado ao fato da democracia liberal vigente no Brasil estar sofrendo constantes crises. “Um dos motivos é o populismo autoritário, que já chegou no Brasil e em outros países. O outro a perca de legitimidade que seria a instância de coesão da sociedade”, cita.

Fazer política

Afastado das reuniões plenárias presenciais na Assembleia Legislativa pelo surto provocado pelo novo coronavírus (COVID-19), o deputado sente falta dos debates políticos presenciais e estes dão voz para parcelas minoritárias da sociedade. Renato Roseno também critica as redes sociais por criarem “bolhas polarizadas”.

“O ser social desta sociedade datificada, sente menos apreço às diferenças, ao contraditório, ao diferente, e este ser sente-se bem, seguro e confortável dentro das próprias bolhas. Furar as bolhas é o grande desafio. Para fazer política nas redes sociais, o maior desafio é enfrentar a desinformação, manipulação e fake news, levando uma proposta política para audiências maiores.”

COVID-19

O deputado alerta também que a pandemia do novo coronavírus irá inaugurar uma “nova era nas sociedades”, onde haverá uma ampliação das desigualdades e o surgimento de uma “nova sociabilidade” entre as pessoas e a política. O parlamentar também acredita que o Sistema Único de Saúde (SUS), mesmo com problemas, permite acesso ao serviço de saúde básica às pessoas e, sem o programa, haveria uma mortalidade maior.

Por fim, Roseno também crê que o desequilíbrio ambiental criou mais de 200 zoonozes em 30 anos, e estas doenças foram se alojar em seres humanos, uma delas o novo coronavírus (COVID-19), que já contaminou mais de 1 milhão de brasileiros.

Confira a entrevista do deputado Renato Roseno ao jornalista Edison Silva: