Vítima de fake news, Dr. Porto chamou os autores das notícias apócrifas de “covardes” e “cafajestes”. Foto: Érika Fonseca/CMFor.

Os vereadores de Fortaleza, a maioria da base governista, e em especial os membros do Partido Democrático Trabalhista (PDT), estão preocupados com a quantidade de notícias falsas difundidas pelas redes sociais que têm, em uma primeira avaliação, objetivo de atingir parlamentares aliados do prefeito Roberto Cláudio. Nas últimas semanas diversas ações nesse sentido foram alvos de críticas na Câmara Municipal.

A mais recente delas diz respeito à aprovação pelo Conselho Gestor da Sabiaguaba (CGS) de construção de um empreendimento particular próximo da Área de Proteção Ambiental (APA). Em postagens apócrifas publicadas em redes sociais, e compartilhadas por pretensos candidatos da oposição, os nomes e rostos de vereadores da base governista são mostrados como se eles tivessem sido os responsáveis por esse tipo de ação.

Na semana passada, o vereador Eron Moreira (PDT), reclamou da edição de uma fala sua durante a sessão virtual da Câmara, em que ele deu “graças a Deus” que o presidente da República, Jair Bolsonaro, havia contraído o novo coronavírus. O pedetista chegou a dizer que não desejava a morte do chefe do Executivo e nem que ele fosse para a UTI.

No entanto, o vídeo compartilhado, segundo ele, pelo “gabinete do ódio” dava a entender que o parlamentar estaria desejando a morte de Bolsonaro, o que foi republicado em diversos perfis de pessoas alinhadas com o presidente.

O próprio presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Antônio Henrique (PDT), já passou por situação semelhante, quando um pronunciamento seu, também em reunião virtual, foi deturpado para que ele fosse visto como apoiador de movimentos extremistas, como os chamados “black blocs”.

Nesta semana, mais uma vez, parlamentares da base, mais especificamente os pedetistas, foram alvos de informações falsas nas redes sociais. Em uma eram tratados como “inimigos da Educação” na Capital, e na outra como autores de propostas contra a preservação ambiental. No primeiro caso, o vereador Adail Júnior (PDT), atribuiu a publicação a dirigentes do Sindiute.

Os vereadores que já estão sentindo os efeitos das notícias falsas, chegaram a citar aliados de Jair Bolsonaro e até do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como especialistas em difundir fake news. A presidência da Casa está analisando a melhor forma de atuar frente a esses ataques. Antônio Henrique disse que iria averiguar a situação com o Departamento Jurídico da Câmara.

O vereador Dr. Porto (PDT), chamou os autores das notícias falas de “covardes” e “cafajestes”, afirmando que teve que desmentir, para familiares e correligionários, algumas acusações sofridas por ele nas últimas semanas.

Alvo

“A mentira tem perna curta. Eles querem aparecer porque pensam que a população vai ficar do lado deles. São covardes, pessoas sem escrúpulos, que ficam produzindo essas fake news. Não tenho medo da verdade. Todos eles são covardes, um bando de covardes. Cafajestes”, desabafou.

“Já começou a campanha”, disse o vice-presidente da Câmara Municipal, o vereador Adail Júnior (PDT). Ele também foi vítima de notícias falsas na área da Educação. Segundo disse, o alvo principal dos autores dessas postagens são vereadores da base aliada de Roberto Cláudio, principalmente, os pedetistas. “Os vereadores do PDT estão sofrendo com fake news como se fossem inimigos da Educação, do meio ambiente, de tudo o que se possa imaginar”, lamentou.

Manifestações

As manifestações públicas também devem ser um fator a mais neste período pré-eleitoral. Durante sessão virtual, na última quarta-feira (15), o vereador Sargento Reginauro (PROS), convocou profissionais de Educação Física para protestarem contra o governador Camilo Santana e o prefeito Roberto Cláudio por não terem permitido a abertura de academias de musculação na fase quatro da abertura econômica.

O ato aconteceu na manhã desta sexta-feira (17), e duas pessoas chegaram a ser presas por ameaça à residência oficial do Governo do Estado. No início do ano, Sargento Reginauro esteve ao lado de militares amotinados em quartéis de Fortaleza e de outras cidades do Estado.