Renato Roseno é pré-candidato a prefeito de Fortaleza. Foto: Marcelo Bloc/Blog do Edison Silva.

Nos últimos dias, tanto o vereador Ronivaldo Maia (PT), quando a pré-candidata Luizianne Lins (PT), falaram em buscar uma aproximação com o PSOL visando uma possível composição para as eleições municipais em Fortaleza no final do ano. O pré-candidato pelo PSOL, deputado Renato Roseno, fez críticas ao Partido dos Trabalhadores e falou que os petistas precisam, primeiro, resolver suas questões internas.

“Eu acho que, no primeiro turno, deve haver várias candidaturas de um campo crítico. O PT está pronto para romper com a hegemonia dos Ferreira Gomes? Essa é a questão basilar para a conversa. O PT vai fazer a crítica da Reforma da Previdência do governo Camilo? Porque aqui votou completamente a favor. Ou seja, para isso ser desenvolvido, é o próprio PT que tem que desenvolver sua relação entre si e com o grupo hegemônico no Ceará. Não adianta fazer política para os outros, se a política interna não está pacificada”, pontuou Roseno ao Blog do Edison Silva.

A crítica em relação aos Ferreira Gomes vem do fato do governador Camilo Santana, e parte do PT, ainda defenderem aliança com o PDT. “O PT aqui (no CE) parece que não está pacificado. Por quê? Porque o principal eleitor do PT, que é o governador Camilo Santana, está propugnando uma outra visão. E ele entrou no tabuleiro, quando ele oferta o Nelson (Martins), ele entrou no tabuleiro do jogo”, explicou.

Conversas antigas

Roseno admite que o momento pede que todos conversem entre si. “Na verdade, está todo mundo conversando há muito tempo, desde o segundo turno de 2018. Por quê? Porque o Brasil viu a ascensão de um modelo protofascista, então nós temos que conversar sobre isso”, afirmou. “Qual a melhor forma de derrotar isso? Acho que ofertar muita luta social e política, não somente eleitoral”, acrescentou.

Sem esperança de acerto

Um dos poucos petistas que defendem a aliança com o PDT, o deputado Acrísio Sena descarta uma possível aliança com o PSOL, principalmente no primeiro turno. Para ele, as declarações de Ronivaldo não repercutem nem dentro do próprio PT, principalmente por saberem que o PSOL não vai aliar.

“Eles fazem exigências muito grandes, fica inviável”, comentou Acrísio, nos bastidores. “Aí se a gente vai para o segundo turno, mesmo contra o pessoal da direita, uma ala do PSOL prega o voto nulo e outra libera o voto. Não se posicionam. Isso já é conhecido”, criticou.