Os vereadores Márcio Cruz e Libânia vão apoiar familiares candidatos. Foto: CMFor.

Quanto mais vai se aproximando o período de definição das candidaturas para as eleições deste ano, o quadro de pretensos candidatos vai se afunilando. Na Câmara Municipal de Fortaleza, por exemplo, nem todos os vereadores devem tentar reeleição no pleito vindouro, o que deve contribuir para um maior número de renovação na Casa.

A falta de perspectiva diante da nova configuração das disputas eleitorais, com o fim das coligações proporcionais, é um dos fatores que têm assustado alguns parlamentares que pensam em mais um mandato eletivo.

Durante o período da chamada “janela partidária”, fechada dia 4 de abril passado, todos os 43 parlamentares do Legislativo da Capital confirmaram que eram pretensos candidatos à reeleição, mas já estão mudando. Até às convenções partidárias, que devem ser iniciadas no dia 20 de julho próximo e encerradas em 5 de agosto, outras mudanças devem acontecer, e postulações até então colocadas podem dar espaço para outros nomes.

A vereadora Libânia, do PL, não deve tentar reeleição neste ano. Em seu primeiro mandato como parlamentar, ela cederá espaço para Tomaz Holanda (PTC), seu ex-esposo. Holanda foi vereador em legislaturas passadas e, mais recentemente, deputado estadual. Em 2018 ele tentou vaga na Câmara Federal, mas não foi eleito. No pleito de 2016, o agora presidente do Partido Trabalhista Cristão – PTC, chegou a se colocar como candidato a prefeito em Quixeramobim, mas desistiu da disputa.

Libânia teve atuação tímida na Casa Legislativa nos últimos quatro anos, participando pouco dos debates no Plenário 13 de Maio, e apresentando poucas matérias de relevância para a cidade. A filha do casal, Tamara Holanda, preside o Democracia Cristã (DC) no Ceará. Também ex-vereadora, a dirigente não tentará eleição neste ano, apostando na candidatura do pai.

Outro que não tentará reeleição é o vereador Márcio Cruz, ainda no PSD. O parlamentar não tem recebido a atenção devida da presidência do partido, que, inclusive, deu carta branca para que ele deixasse a legenda, assim como o fez Benigno Júnior, agora no PP. Diante da disputa interna dentro da sigla, onde tem tido pouco espaço, Cruz, em acordo com o prefeito Roberto Cláudio, resolveu investir na candidatura da esposa, a enfermeira Ana Paula.

“A gente conversou com o prefeito e vimos que no PSD a chapa estava indefinida. O prefeito pediu para que ela fosse para o PDT. Estou no segundo mandato, e agora vou advogar”, disse o vereador. Ana Paula foi candidata a deputada federal em 2018, quando conquistou 25.597 votos, sendo 17.874 em Fortaleza. A postulante estava à frente do Conselho Regional de Enfermagem do Ceará (Coren-CE).

Filho

O vereador Did Mangueira (PDT), um dos principais defensores da gestão Roberto Cláudio, até pensou em apostar na candidatura do filho, Alanderson Mangueira, que se filiou ao PCdoB após o processo de fusão com o extinto PPL.

No entanto, depois de dialogar com familiares e correligionários, o pedetista decidiu se manter como postulante ao cargo por mais um mandato. Alanderson, que foi candidato a deputado federal em 2018, não se desincompatibilizou da Prefeitura, onde exerce a função de secretário-executivo da Secretaria de Gestão Regional.

Outro que sondou possibilidade de não tentar reeleição foi Casimiro Neto (MDB), visto a situação de seu partido. Atualmente, da chapa que está sendo formada pela legenda, somente ele está com mandato eletivo. Willame Correia, que também será candidato, já foi vereador de Fortaleza.

Preocupação

Uma preocupação do grupo político emedebista em Fortaleza diz respeito à falta de definição sobre um nome próprio para disputar a Prefeitura. “A chapa está boa, e pensamos em eleger de dois a três nomes. O problema é que até agora ninguém sabe se o partido vai ter candidato a prefeito”, disse.

Dummar Ribeiro, que se filiou ao PL no prazo limite da “janela partidária”, afirmou que decidiu se candidatar à reeleição. Ele também estava em dúvida sobre a postulação, uma vez que foi o vereador menos votado no pleito de 2016. Com o fim das coligações proporcionais, o parlamentar via dificuldade em tentar mais um mandato parlamentar.