Joana Maciel se reuniu com vereadores da Capital através de videoconferência. Foto: Reprodução/Zoom.

A secretária de Saúde de Fortaleza, Joana Maciel, participou de reunião com os vereadores de Fortaleza, na manhã desta quinta-feira (18), quando se debruçou sobre as ações da pasta no combate aos efeitos do novo coronavírus na Capital. Segundo ela, até o momento a demanda assistencial, apesar de ainda intensa, está sendo suportável para os atendimentos da rede pública.

A gestora, porém, destacou que em caso de recrudescimento da Covid-19, a cidade poderá voltar para o isolamento mais restrito.

A secretária destacou que a flexibilização do isolamento social está sendo avaliada. Como o monitoramento epidemiológico tem atraso de quase uma semana, a demanda assistencial é o ponto que está sendo levado em consideração para manutenção ou não de tal flexibilização.

“Temos casos, mas são suportáveis para nossa rede. No entanto, a gente só pode dizer algo com mais certeza no fim de semana”. Conforme informou, a primeira fase da semana de transição não foi capaz de mudar o cenário epidemiológico.

Segundo disse, atualmente, a taxa de ocupação nos hospitais de Fortaleza é de 70%, um dado “confortável”. No entanto, ela destacou que os leitos precisam continuar funcionando no caso de recrudescimento da doença por causa da flexibilização. “Se perceber qualquer risco, a gente vai voltar para o isolamento”, afirmou.

“A pandemia nos pegou quando nossos leitos estavam em plena ampliação. Se a gente tivesse conseguido mais respiradores, teríamos aberto mais leitos no IJF. Lá no Hospital de Campanha do PV (estádio Presidente Vargas) tivemos ocupação de mais de 90% e não podíamos encaminhar pacientes de UTI, porque não tinha respiradores”, afirmou a secretária na videoconferência.

Números de atendimentos no Hospital de Campanha do PV. Foto: Reprodução/Zoom.

Segundo lembrou, a entrega do IJF II foi antecipada por conta da epidemia, e com os leitos do IJF I, a Prefeitura conseguiu disponibilizar 100 leitos de UTI nos dois equipamentos, mais 50 de internação, todos para tratamento da Covid-19. Em todo o Município foram disponibilizados 791 leitos de atendimento apenas para tratamento da doença.

A secretária também destacou a reabertura de algumas atividades econômicas na cidade, como a construção civil, que segundo disse, apesar da importância, tem pouca taxa de contaminação entre os funcionários. “Na fase de transição foram liberadas a Construção Civil e Indústria e como os indicadores estavam diminuindo, a gente passou para a fase Um. Acompanhamos com indicadores epidemiológicos e assistenciais”, justificou.

“Por conta de termos o retardo nos exames, acompanhamos os indicadores assistenciais e um deles é a procura dos pacientes aos postos de saúde. Quando estávamos na fase de isolamento, a atenção primária teve papel fundamental. Temos uma análise dia a dia dos nossos postos de saúde. Devido a queda nos atendimentos, passamos para a semana de transição” – (Joana Maciel)

Segundo ela, após a abertura do comércio muitas pessoas foram às ruas, mas ainda não dá para se saber o resultado disso na transmissão da doença entre as pessoas, visto que os dados ainda estão sendo concluídos. A partir dos próximos dias a Prefeitura terá resultado sobre o período de incubação do coronavírus, o que poderá refletir em uma nova passagem de fase a partir da próxima semana.

Maciel lembrou que Fortaleza ainda está no processo de isolamento social, passando por uma fase de transição. “O único Município na fase 1 é Fortaleza, porque temos condição de estar monitorando muito de perto os indicadores epidemiológicos e assistenciais. Os demais municípios ainda estão na fase de crescimento”.

Durante questionamento dos vereadores, Elpídio Nogueira (PDT) destacou que o Hospital de Campanha do PV salvou mais de mil vidas. Evaldo Lima (PCdoB) lamentou a dificuldade que as “fake news” têm causado no trabalho realizado pelos profissionais da saúde no combate ao coronavírus. Ele é autor de projeto que pune quem divulga notícias falsas em Fortaleza.

Total de leitos em Fortaleza para tratamento da Covid-19. Foto: Reprodução/Zoom.

Guilherme Sampaio (PT), por sua vez, solicitou informações da secretária de Saúde sobre denúncias de superfaturamento na compra de equipamentos para a Prefeitura, o que foi alvo de ação do Ministério Público Federal (MPF) recentemente. Sobre o assunto, Maciel destacou que todo o procedimento foi realizado como está na Lei.

Covid-19

Ela destacou que, quando foi percebido que a empresa contratada não iria cumprir com o que foi acordado, reuniu-se com todos os órgãos de controle para tratar do tema e rescindiu o contrato realizado, solicitando devolução do dinheiro investido. “Não conheço transparência maior do que chamar cinco órgãos de controle para decidir essa questão. O Município já pediu quebra do sigilo da empresa e bloqueio das contas. E tudo está judicializado para reaver o restante dos recursos que foram antecipados”, afirmou.

Segundo ela, caso o isolamento social não tivesse sido efetivado em Fortaleza,  pelo menos 10 mil vidas teriam sido perdidas. “Eu faço um pedido a todos: é importante fazermos um pacto, pelo menos com relação à Covid-19. Cada um dos senhores é formador de opinião, então se vocês falam a verdade, a gente vai ter melhor resultado para a população”.