Dos 43 vereadores, somente seis são de oposição. Foto: Divulgação.

Que não há unidade na reduzida bancada de oposição da Câmara Municipal de Fortaleza, isso é fato. No entanto, durante a pandemia de coronavírus, e isolamento social, essa distinção tem ficado mais evidente. Nos últimos meses, enquanto os petistas têm garantido aprovação a todos os projetos oriundos do Poder Executivo, com algumas poucas ressalvas, os membros do PROS, em praticamente todas as sessões, questionam as matérias, o que, vez por outra, tumultua o andamento das plenárias virtuais.

O Partido dos Trabalhadores (PT), desde as eleições de 2012, quando perdeu aquele pleito para Roberto Cláudio, foi considerado a principal legenda de oposição ao Governo. No entanto, com o advento do grupo político liderado no Ceará por Capitão Wagner, o protagonismo dos oposicionistas teve que ser dividido entre as duas vertentes.

Os petistas, apesar de se considerarem oposição a Roberto Cláudio, são correligionários do governador do Estado, Camilo Santana, principal aliado do prefeito. Já os membros do PROS têm um alinhamento com o Governo Federal, do presidente Jair Bolsonaro, o que, vez por outra, é frisado nas reuniões plenárias por aliados da gestão.

Nas últimas votações, enquanto Guilherme Sampaio, Larissa Gaspar e Ronivaldo Maia, do PT, apoiaram as medidas encaminhadas pelo Executivo para a Câmara, Márcio Martins, Sargento Reginauro e Julierme Sena criticaram e se colocaram contrários a algumas delas.

Apesar de ter ingressado no grupo de opositores recentemente, a vereadora Priscila Costa (PSC) pouco participa das sessões. Seu posicionamento tem seguido mais interesses ideológicos. Plácido Filho (PSDB), Jorge Pinheiro (PSDB) e Odécio Carneiro (SD), com posturas mais independentes seguem métodos próprios quando da votação das matérias.

“Essa foi uma linha que discutimos entre nós três. De termos um compromisso ético de assegurar que a Prefeitura tenha as condições necessárias para enfrentar as questões da pandemia relativas à saúde e à assistência”, disse o vereador Guilherme Sampaio.

Já Márcio Martins, quando da participação do prefeito Roberto Cláudio na sessão não deliberativa, na semana passada, criticou a participação do gestor sem dar o espaço para fala dos vereadores.

Votação

Ronivaldo Maia, por sua vez, mesmo sendo da oposição, destacou os avanços das ações do Governo Municipal no combate à pandemia. “O resultado visto é que a cidade avançou e nós estamos nela. Não há até o momento medicação melhor que o isolamento social. O que nos une é o zelo com o fortalezense colaborando para a redução dessa curva”, disse.

Na última sessão deliberativa, inclusive, o clima amistoso permitiu que petistas e pedetistas brincassem sobre a situação politica. Quando da votação de proposta do Governo, Adail Júnior agradeceu a Guilherme Sampaio por concordar em alterar o texto original de uma proposição governamental. Guilherme devolveu dizendo que começava trocando o texto para depois trocar quem estava na Prefeitura, o que gerou risos entre os presentes.

Eleições

As eleições municipais que se avizinham colocará os membros da oposição cada vez mais em lados opostos. Membros do PROS defenderão o nome de Wagner, enquanto que petistas, a priori, trabalham com possibilidade de candidatura própria, no campo totalmente diverso daquele defendido pelos outros oposicionistas. Já o PDT, partido do prefeito, pretende continuar no comando da Prefeitura.