Na imagem, o então governador Cid Gomes dava posse aos secretários petistas Nelson Martins e Camilo Santana. Foto: Governo do Estado.

Em entrevista concedida ao programa Roda Viva, na segunda-feira (08), o governador Camilo Santana voltou a sinalizar interesse em uma aliança entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT), nas eleições municipais deste ano, em Fortaleza. A ideia, que no momento parece ser inviável, também é defendida pelo ex-assessor de Relações Institucionais do Governo do Estado, Nelson Martins, apontado por alguns da sigla petista, como o nome que pode unir as duas agremiações na Capital cearense.

Desde a publicação da exoneração de seu nome dos quadros da gestão Camilo Santana, muito tem se especulado sobre a função de Martins no tabuleiro das disputas eleitorais deste ano na base governista. Além dele, foram exonerados na semana passada, na data-limite para desincompatibilização, o ex-secretário-chefe da Casa Civil, Élcio Batista, do PSB; Samuel Dias (PDT), que trabalhava como secretário de Governo da Prefeitura de Fortaleza; Ferruccio Feitosa (PDT) da Secretaria Regional II; e Alexandre Pereira (Cidadania), ex-secretário de Turismo da gestão Roberto Cláudio.

“Apoiarei o nome que for escolhido”, diz Alexandre Pereira sobre candidatura a prefeito de Fortaleza

O nome de Nelson, porém, foi o que causou maior surpresa, uma vez que é um dos quadros históricos do PT do Ceará, e sempre foi tido como um político aglutinador, desde que foi líder da base governista da primeira gestão do então governador Cid Gomes. Até pouco tempo atuando nas Relações Institucionais, o petista fazia um elo entre a gestão de Camilo Santana e todas as lideranças políticas, deputados estaduais e federais, além de prefeitos municipais.

Por ser do grupo de risco, Nelson Martins ainda está em isolamento social, por conta da pandemia de coronavírus, e não entrou em campo, de fato, em busca de apoios para uma eventual indicação de seu nome. Nem mesmo dentro do Partido dos Trabalhadores há um interesse majoritário em torno de sua provável postulação. Ele, porém, tem buscado conversar com alguns nomes do PT.

Calendário

Até o momento, somente o nome da deputada federal Luizianne Lins está colocado internamente como pré-candidata do Partido dos Trabalhadores à disputa municipal deste ano. O PT tem até o dia 5 de julho para definir se vai ou não aceitar a candidatura da parlamentar. Como o Blog do Edison Silva já mostrou, há quem defenda mudança no calendário interno da legenda. Acrísio Sena, por exemplo, defende que a direção partidária repense a situação atual em prol de uma aliança com o PDT.

Ao Blog, Nelson Martins disse que ainda não iniciou os contatos políticos, mas ressaltou também ser defensor da aliança entre PT e PDT nas eleições de Fortaleza. “Eu sou um dos defensores da tese de aliança entre PT e PDT e dos partidos da base do governador Camilo Santana para as eleições deste ano na Capital. Foi certamente com este objetivo que o governador sugeriu o meu afastamento e do secretário Élcio Batista, na tentativa de abrir este diálogo”, afirmou.

“Lulopetismo”

O grupo político do PT ligado à Luizianne Lins, que ainda é majoritário em Fortaleza, por outro lado, discorda dessa tentativa de aliança e tende a trabalhar internamente para evitar tal aproximação entre petistas e pedetistas. Na semana passada, quando questionada sobre uma eventual aproximação da duas legendas, a deputada federal citou vídeo de Ciro Gomes (PDT), em que ele disse que ninguém o respeita no “lulopetismo fanático”, concluindo a frase com um palavrão.