O presidente também falou que o deputado Eduardo Bolsonaro pode ser levado ao Conselho de Ética. Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados.

O presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia disse que o Parlamento vai continuar trabalhando de forma independente e defendeu o respeito às decisões dos Poderes.

Em entrevista a uma rádio do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (28), ele comentou as críticas que o presidente Jair Bolsonaro fez à operação da última quarta-feira (27) da Polícia Federal, que investiga aliados dele acusados de criar uma rede de fake news (notícias falsas).

Para Maia, Bolsonaro tem direito de criticar a operação, mas decisões judiciais têm que ser cumpridas e respeitadas. “A gente não pode ser a favor de uma decisão do Judiciário porque é um adversário nosso, e ser contra quando acontece com um aliado. As nossas leis precisam ser respeitadas”, disse.

Bolsonaro afirmou na manhã desta quinta que “ordens absurdas não se cumprem” e que a operação de ontem (quarta-feira) foi a última deste tipo.

O presidente da Câmara voltou a defender a investigação que apura a rede de notícias falsas e afirmou que esse movimento busca criar uma narrativa contra as instituições democráticas.

“É um problema no Brasil e no mundo, que tem interferido no processo eleitoral. [Muitas dessas redes de fake news] estão vinculadas em apoiamento ao presidente. Eu sei porque sou vítima e elas vêm no intuito de ampliar e criar um ambiente e uma narrativa da sociedade contra as intuições democráticas. São narrativas falsas que precisam ter uma resposta do Judiciário e uma lei que responsabilize as plataformas”, criticou Maia.

Ele também firmou que não acredita que a ordem democrática sofra algum tipo de ruptura institucional e criticou a declaração do filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), que afirmou que não seria uma questão de se, mas quando ocorreria uma ruptura. Segundo Maia, os partidos podem encaminhar o deputado ao Conselho de Ética se entenderem que Eduardo Bolsonaro cometeu algum crime.

“É muito grave (a declaração), mas vamos continuar trabalhando para que as instituições trabalhem de forma independente e tentando ao máximo o diálogo e a harmonia”, afirmou Rodrigo Maia.

Com informações da Câmara dos Deputados.