Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia ladeado do secretário-geral do Governo, ministro Luis Eduardo Ramos. Foto: Presidência da República.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, defendeu o diálogo entre os Poderes para enfrentar a crise do coronavírus (COVID-19). Maia teve um encontro com o presidente Jair Bolsonaro na tarde desta quinta-feira (14), após reunião com ministros no Palácio do Planalto.

Maia afirmou que, apesar dos conflitos recentes entre o Executivo e Legislativo, o seu papel como chefe de um Poder é construir pontes para ajudar o País a sair da crise e garantir renda e emprego para os brasileiros. Segundo ele, o encontro com o presidente da República é uma sinalização de que a Câmara está aberta ao diálogo.

“O que eu disse a ele [Bolsonaro] é que devemos encontrar os pontos que nos unem e que todos temos o mesmo objetivo, que é cuidar da vida dos brasileiros e olhar o pós-pandemia”, afirmou o presidente.

Mais cedo, o presidente da Câmara havia sido criticado por Bolsonaro, que lhe acusou de querer “afundar a economia” para prejudicar o governo. Rodrigo Maia não quis responder à provocação e disse que vai manter o diálogo e buscar convergências.

“Os conflitos geram insegurança e a perda da confiança da sociedade, neste momento em que os que têm responsabilidade do diálogo estão confrontando. O meu papel institucional é levar ao presidente a pauta da Câmara e mostrar o que estamos fazendo. Temos a divergência do momento do isolamento, mas isso não pode nos dividir”, afirmou Maia.

Reformas

Rodrigo Maia voltou a afirmar que as Reformas deverão voltar à agenda do Parlamento nas próximas semanas e que o impacto fiscal delas será maior do que o previsto no período pré-pandemia. Ele destacou que a Reforma Administrativa deverá ter outro tamanho e que a Reforma Tributária poderá incluir outros temas, como a renda, além da reforma no setor de bens e serviços.

“A reforma Administrativa com 100% da relação Dívida-PIB é outra reforma, da mesma forma que temos a necessidade de melhorar a produtividade das empresas brasileiras”, disse o chefe do Legislativo.

Regularização fundiária

O presidente da Câmara informou que deve pautar na próxima semana o projeto de lei que trata da regularização fundiária, que divide ambientalistas e a bancada ligada ao agronegócio. A MP 910/19, que trata do tema, perderá a validade na terça-feira (19) e não houve acordo entre as bancadas para que fosse votada. A Câmara vai votar como projeto o relatório apresentado pelo relator da MP no Plenário, deputado Zé Silva (SOLIDARIEDADE/MG), que retirou diversos temas polêmicos da proposta do governo.

“Voltamos ao marco temporal de 2008, então, nenhuma invasão depois dessa terá qualquer benefício. Foi uma grande vitória”, disse. É um acordo muito diferente do texto do governo, havia muitas travas. Fez-se de tudo para garantir a preservação do meio ambiente, mas regularizar as terras dos pequenos produtores que já estão lá há muitos anos”, finalizou Maia.

Com informações da Câmara dos Deputados.