Luiz Pontes ao lado de Carlos Matos em evento do PSDB. Foto: Reprodução/Facebook.

Segunda maior legenda em número de filiados no Ceará, o PSDB, outrora a principal legenda do Estado, ainda aposta em candidatura própria em Fortaleza no pleito deste ano. De acordo com o presidente estadual da sigla, Luiz Pontes, após o período de isolamento social, a agremiação vai avaliar o crescimento do tucano Carlos Matos em pesquisas internas. Segundo o dirigente, o Democratas (DEM), por enquanto, é a única legenda fechada com os tucanos.

No entanto, apesar de afirmar que DEM e PSDB estarão lado a lado na disputa majoritária deste ano em Fortaleza, Pontes não deixou claro se isso seria em uma eventual candidatura própria dos tucanos ou em uma possível aliança entre os dois partidos com um candidato mais viável de outro grêmio. “Nós estamos trabalhando não somente na questão da chapa de vereadores, mas também na pré-candidatura de Carlos Matos, um nome que preenche todos os requisitos para participar da eleição de Fortaleza e enriquecer um debate pelo seu alto nível”.

Apesar da confiança de Luiz Pontes em uma candidatura própria, a realidade não demonstra ser tão favorável, a preço de hoje, para a postulação tucana. Recentemente, Pedro Victor Colares Gomes de Matos, filho do ex-deputado federal, Raimundo Gomes de Matos, deixou os quadros da legenda e se filiou ao PROS, presidido no Ceará por Capitão Wagner.

O grupo político liderado pelo deputado federal Roberto Pessoa (PSDB) – entre eles a deputada estadual Fernanda Pessoa e o prefeito de Maracanaú, Firmo Camurça – também tende a dar apoio a Wagner na Capital cearense, enquanto que Carlos Matos, por enquanto, conta, em tese, apenas com o apoio do Democratas.

Para Luiz Pontes, essas questões são pontuais e não devem impedir que uma eventual candidatura do PSDB em Fortaleza tenha um desempenho considerável nas urnas.

Segundo Pontes, como é pré-candidato a prefeito em Maracanaú, Roberto Pessoa e seu grupo político não devem se empenhar na disputa eleitoral de Fortaleza. Sobre a saída de Pedro Matos, ele destacou que os vereadores Plácido Filho e Jorge Pinheiro, ambos do PSDB, assim como outras lideranças filiadas ao partido, devem garantir votos suficientes para que a agremiação tenha participação na Câmara Municipal a partir do próximo ano.

“Com o passar do tempo, a candidatura do Carlos Matos se tornando viável, a gente vai ver. Por conta dessa pandemia, nós estamos sem rumo. Mas estamos trabalhando, acreditando que ele irá crescer”, confessou Pontes.

Eleições

Segundo ele, as eleições deste ano, por conta do momento de isolamento, é uma incógnita para todos os grupos políticos. “Temos o Capitão Wagner, que já vinha montando suas alianças; um candidato do Governo, que vai ser candidatura forte. Então, a candidatura do Carlos Matos pode ser viável. Ele tem todos os pré-requisitos de um bom candidato”.

Nas últimas eleições, a participação do PSDB ficou aquém do esperado. Em 2012, quando disputou a Prefeitura de Fortaleza o então tucano Marcos Cals obteve apenas 30.457 votos. Em 2018, nas eleições gerais para governador do Estado, General Theophilo, à época no PSDB, obteve pouco mais de 488 mil votos, perdendo em todos os municípios cearenses para Camilo Santana, do PT, reeleito com quase 80% dos votos.

Apoio

Outro problema que o PSDB deve enfrentar neste ano diz respeito à coligação. Segundo informou Pontes, o presidente do Democratas, Chiquinho Feitosa, declarou que a sigla estará fechada com a legenda tucana em Fortaleza. “Estamos fechados em uma candidatura majoritária, mas vamos evoluir e conversar. Mais na frente vamos discutir como estará nossa candidatura e os partidos que poderão nos apoiar. Vamos fazer uma avaliação criteriosa para que DEM e PSDB possam estar juntos”, disse.

Apesar de destacar que os partidos estarão juntos em uma candidatura majoritária, o dirigente tucano afirmou também que, dependendo de como estará a coligação, poderá apoiar outro nome. “Isso é como nuvem, quando menos se espera está mudando. Então hoje, no meu modo de entender, a situação é propícia. Esses fatores da pandemia mudaram o cenário. Estamos sem pesquisas, não sabemos como estão as coisas”, concluiu.