Partidos que deixaram de ter cadeira na Casa acreditam no retorno com novos quadros. Foto: CMFor.

Apesar do novo momento para a legislação brasileira, com impedimento de coligações proporcionais, dirigentes partidários ouvidos pelo Blog do Edison Silva acreditam que seus partidos possam aumentar as atuais bancadas na Câmara Municipal de Fortaleza. As agremiações estudam trabalhar candidatura majoritária própria com o intuito de alcançar os chamados “votos de legenda” para ajudar na eleição de mais quadros para o Legislativo da Capital cearense.

O Partido Democrático Trabalhista (PDT), atualmente, possui 14 vereadores na Câmara de Fortaleza, visto que atraiu para si cinco parlamentares de outras legendas durante a chamada “janela partidária”. A legenda acredita que poderá eleger entre 13 e 15 nomes no pleito deste ano.

Segundo o presidente estadual do partido, André Figueiredo, a agremiação está aguardando uma definição sobre o momento da eleição para definir algumas ações da campanha. “Teremos nominata completa, mas queremos ver se vai ter adiamento da eleição por 30, 60 dias. Estamos trabalhando nisso”, disse.

O PT de Fortaleza prepara uma chapa composta por representantes de movimentos sociais, ex-deputados e ex-vereadores, além da atual bancada. Com isso, de acordo com o presidente municipal da sigla, Guilherme Sampaio, a meta é dobrar a bancada que o PT elegeu em 2016, ou seja, até quatro parlamentares em 2020.

A atual bancada petista é formada por Guilherme, Ronivaldo e Larissa Gaspar. O ex-deputado federal Eudes Xavier e o ex-vereador Deodato Ramalho são alguns dos nomes que devem tentar uma vaga. “Além da bancada atual, temos ex-presidentes de sindicatos fortes em Fortaleza, suplentes de deputado estadual, um ex-deputado federal, ex-vereador e uma ótima representação de mulheres, de jovens e de movimentos populares”.

Presidente municipal do Progressistas (PP), Marcos Cals, afirmou que o partido, atualmente, possui uma chapa com 56 nomes, dentre os quais os três vereadores da Câmara Municipal: Benigno Júnior, “Bá” e Emanuel Acrízio. A projeção da legenda na Capital é manter as três vagas atuais, mas com desejo de eleger um quarto nome.

“Naturalmente, os partidos trabalham para aumentar a bancada e estamos nesse esforço. A questão é que ninguém sabe como vai ser a eleição. Depois da pandemia, ninguém sabe como vai se comportar o eleitorado. Neste primeiro momento, todos os partidos estão numa certa acomodação”, disse o dirigente progressista.

Presidente do PROS no Ceará, Capitão Wagner, disse que o partido tem nomes suficientes para uma chapa com 65 candidatos, o máximo permitido pela legislação eleitoral vigente para Fortaleza. A legenda tem como projeção eleger entre seis e sete vereadores para a Câmara Municipal. Para isso, a sigla depende da ascensão de Wagner, que postula o cargo de prefeito da cidade.

Chapa

Em 2016, ainda no PR (atual PL), Wagner conseguiu 18 mil votos “de legenda”, o que contou para eleger três nomes para a Câmara Municipal de Fortaleza. Para este ano, filiado ao PROS, o dirigente espera obter cerca de 26 mil votos somente na legenda da agremiação. “Temos nomes competitivos que já ocuparam cadeira de vereador, suplentes, pessoas que bateram na trave. A chapa está forte porque começamos a trabalhar nisso há cerca de um ano e meio”.

O PSDB vem realizando reuniões remotas para tentar construir uma chapa competitiva no pleito deste ano. Atualmente, a legenda possui pouco mais de 40 pré-candidatos, e pretende eleger entre dois a três vereadores para a Câmara de Fortaleza, segundo afirmou o presidente da legenda, Carlos Matos. O partido tem dois vereadores na Casa: Jorge Pinheiro e Plácido Filho.

Cenário

O PSOL, que já teve dois representantes na Câmara Municipal de Fortaleza, espera repetir a dose no pleito deste ano. Desde 2012 que a sigla não consegue eleger um quadro para a Casa. De acordo com o presidente estadual da legenda, Ailton Lopes, lideranças sindicais e de movimentos sociais estão entre os principais indicados da legenda para conseguir ao menos três vagas no Legislativo da Capital cearense.

“Tudo vai depender de como o cenário vai se colocar. Vamos viver uma disputa eleitoral bem diferente, com distanciamento eleitoral. Como vamos atuar e quais os cenários possíveis? Temos várias possibilidades, com chapa representativa e membros com qualidade política muito boa”, destacou o socialista.

Candidatura própria

O MDB, apesar da representatividade expressiva em todo o Brasil, já há muito tempo vem perdendo espaço no Ceará, em especial, no município de Fortaleza. O partido ainda busca consolidar uma chapa forte para a disputa eleitoral deste ano, e para contribuir na eleição de quadros para a Câmara. Já estudou até lançar candidatura própria ou apoiar o PT, com um eventual apoio do governador Camilo Santana.

Partidos que deixaram de ter cadeira na Casa acreditam no retorno com novos quadros. O nanico PTC, que perdeu as duas vagas que tinha, acredita que elegerá até dois nomes no pleito deste ano. O PRTB, que elegeu quatro vereadores, em 2016, e perdeu todos durante a “janela partidária”, também acredita em retorno para o Legislativo da Capital cearense.