Ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal. Foto: STF.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta sexta-feira (08) que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste em 24 horas sobre os pedidos da Advocacia-Geral da União (AGU) e da defesa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, sobre as divergências quanto à entrega da gravação de uma reunião, realizada no dia 22 de abril, entre o presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente, Hamilton Mourão, ministros e presidentes de bancos públicos seja enviada à Corte em 72 horas.

Ministro Celso de Mello informou que a AGU entregou, na noite desta sexta-feira (08), uma cópia da gravação da reunião do dia 22/04.

Nas petições nas quais a PGR deverá se manifestar, AGU defende restrições ao envio da gravação e os advogados de Moro querem a remessa integral da mídia. Após receber as manifestações, Celso de Mello, que é relator do caso, deve proferir sua decisão.

No despacho proferido na última terça-feira (05), Celso de Mello pediu a cópia da gravação à Secretaria-Geral e à Secretaria de Comunicação da Presidência da República ao atender o pedido de diligência feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que apura as declarações do ex-ministro Sergio Moro sobre suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal (PF). A reunião foi citada por Moro em depoimento à PF na semana passada, sábado (02).

Em seguida, a AGU pediu que a entrega fosse revogada “pois nela foram tratados assuntos potencialmente sensíveis e reservados de Estado, inclusive de Relações Exteriores, entre outros”.

Na última quinta-feira (07), o órgão também pediu para que o ministro analisasse a possibilidade de entregar somente a gravação da reunião em que Moro estaria presente.

No início da tarde desta sexta-feira (08), a AGU solicitou que seja definida a cadeia de custódia, ou seja, por quais órgãos o vídeo deve passar até que seja periciado. Desde a exoneração de Moro, o presidente Jair Bolsonaro nega que tenha pedido para o então ministro interferir em investigações da PF.

Com informações da Agência Brasil.