Sede da Advocacia-Geral da União em Brasília. Foto: AGU.

A Advocacia-Geral da União (AGU) fez nesta quinta-feira (07), novo pedido ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que reveja sua decisão determinando que a gravação de uma reunião realizada no dia 22 de abril entre o presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão, ministros e presidentes de bancos públicos seja enviada à Corte em 72 horas.

Na nova petição, o advogado-geral da União, José Levi do Amaral, solicita que o ministro também analise a possibilidade de entregar somente uma parte da gravação da reunião. Sergio Moro também pediu nesta quinta-feira (07) ao ministro Celso de Melo que mantenha sua decisão anterior de que a fita deve ser entregue com o registro de toda a reunião com os ministros.

“A União vem, respeitosamente, nos autos do inquérito em epígrafe, diante do teor da decisão proferida por Vossa Excelência, em complementação à petição anteriormente aviada, rogar seja também avaliada a possibilidade de reconsiderar a ordem de entrega de cópia de eventuais registros audiovisuais de reunião presidencial ocorrida no dia 22 de abril de 2020, para que se restrinja apenas e tão-somente a eventuais elementos que sejam objeto do presente inquérito”, diz a petição.

Na quarta-feira (06), na primeira petição enviada ao STF, a AGU pediu que a entrega fosse revogada “pois nela foram tratados assuntos potencialmente sensíveis e reservados de Estado, inclusive de Relações Exteriores, entre outros”.

No despacho proferido na terça-feira (05), Celso de Mello solicitou a cópia da gravação à Secretaria-Geral e à Secretaria de Comunicação da Presidência da República, ao atender o pedido de diligência feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que apura as declarações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, sobre suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal (PF). A reunião foi citada por Moro em depoimento à PF na semana passada.

Desde a exoneração de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o presidente nega que tenha pedido para o então ministro interferir em investigações da PF.

Pedido de Moro

A defesa do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, pediu nesta quinta-feira (07) que o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, mantenha decisão tomada na terça-feira (05) e acesse a íntegra da reunião que ocorreu entre o presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão e alguns ministros, em 22/4.

Fonte: Agência Brasil.