Aquele que se habitua a fazer de viagens fora do padrão e para destinos pouco comuns, sonha com distâncias cada vez mais extravagantes, como o outro lado do mundo. Doze horas de diferença nos fusos desses destinos significa o que separa um Sol brilhando no céu e uma noite de Lua cheia praticamente no mesmo dia.

Deixei de lado o modismo da Europa, com exceção de Roma, da eterna Laura e Firenze, do Mario que nos deixou e sua Selma enclausurada. Islândia foi agradável desvio das rotas tipo Marrocos, Portugal, Espanha, Bélgica, Holanda, Reino Unido, Áustria, Suíça, Grécia e depois os países que marcaram a minha fronteira de felicidade por conta das imagens especiais das pessoas e paisagens como a partir da Polônia, República Tcheca, Romênia, Finlândia, Turquia, Arábia Saudita e depois, mais além: Afeganistão, China, Nepal, Índia, Miyanmar, Vietnam, Vientiane, Laos, Camboja, Tailândia, Kuala Lumpur, Cingapura, Hong Kong, Shangai, Japão.

Em cada um desses lugares, nas minhas aventuras fotográficas solitárias ou raras vezes na companhia de parte da família, ou de amigos especiais, nem liguei se fui alienígena de câmara sempre ali, fiel e igualmente solidária, garimpando tudo, saturando as memórias dessas câmaras para curtir depois, exausto, sobre as camas de hospedagens modestas, esses mundos da minha escolha. Em cada um deles, sonhava voltar outra vez porque sabia que seria sempre diferente e as surpresas seriam cada vez mais surpresas.

As imagens que ilustram este gentil espaço cedido pelo companheiro de mais de 36 anos, representam uma síntese dos rostos de pessoas desses mundos que agora, muito infelizmente, ficaram mais longe. O mundo nunca mais será o mesmo, o que é uma pena e as fronteiras que sempre encontrei fáceis de ultrapassar estão fechadas e mais rigorosas para nos receber de braços abertos, como fomos.

Texto de A.Capibaribe Neto
Especial para o Blog do Edison Silva.