Senador retomou os trabalhos no Senado após licença de 120 dias. Foto: Agência Senado.

O senador Cid Gomes (PDT), em dezembro passado, tirou 120 dias de licença das atividades parlamentares, concluída sábado passado (11), para cuidar, com vistas às eleições previstas para outubro vindouro, da articulação política do grupo por ele liderado, juntamente com o irmão Ciro, composto pelo próprio PDT e os aliados de PSD, PP, PSB, PTB e outros de menor representatividade, mas igualmente importantes na base de sustentação do projeto de poder por eles almejado. Cid voltou às suas atividades no Senado, apesar dos percalços do incidente que o vitimou com dois tiros no motim de policiais militares, em fevereiro pretérito, no Município de Sobral, com o dever político cumprido.

Salvo, algumas exceções, praticamente em todos os 184 municípios cearenses estão definidas as posições dos partidos aliados, mesmo em alguns tendo a previsão de disputa entre eles. O quadro está delineado para as agremiações do “pool” elegerem até 80% das 184 prefeituras cearenses, ficando os 20% restantes para as demais siglas, a partir de PT, PSDB, MDB, PSOL, PSL, e o restante excluído da relação dos governistas. Concretizando-se esse projeto, constatado fica que, infelizmente, a oposição no Ceará caminha para o fundo do poço, situação ruim para os próprios governantes, cujos atos e ações, por melhores e bem-intencionados que sejam, precisam ser questionados por uma comunidade crítica e também comprometida com a satisfação dos cearenses.

Já nos reportamos, neste espaço, em oportunidades outras, sobre as perspectivas nada alvissareiras para a oposição cearense nas eleições municipais, ainda mantidas para este ano. Mas a diferença, agora projetada, após concluída a fase das filiações partidárias para os pretensos candidatos aos cargos majoritários e proporcionais, nos parece muito grande, abissal mesmo, só registrada durante o período da Revolução iniciada em 1964, quando apenas um partido de oposição existia no Brasil, o MDB, disputando com a agremiação dos generais que governavam o País, divido em sublegendas, em razão da necessidade de albergar todos os políticos que eram filiados aos partidos considerados de direita ou de centro, extintos pelo regime revolucionário.

Até a apuração dos votos, que em 182 municípios acontecerá no mesmo dia 4 de outubro (se houver a eleição), e depois os de Fortaleza e Caucaia, os dois únicos municípios do Estado onde poderão acontecer um segundo turno, postergando o resultado final para o último domingo do mesmo mês de outubro, a especulação vai ser sobre quem entre PT, PSDB e MDB, sairá mais alquebrado. O PT, mesmo com uma pequena estrutura no Estado, e ainda com todo o desgaste que a agremiação absorve, em razão de ter importantes nomes de filiados, a partir do ex-presidente Lula, envolvidos nos últimos escândalos de corrupção descobertos no Brasil, parece estar melhor preparado para a disputa municipal que o PSDB e MDB, inclusive tendo candidato a prefeito em dois importantes municípios: Fortaleza e Crato. O PSDB, por seu turno, poderá sair vitorioso em Maracanaú, mas o MDB não tem nome para disputar em nenhuma das maiores cidades do Estado.

Confira o comentário do jornalista Edison Silva sobre o atual quadro eleitoral dos partidos para as eleições municipais no Ceará: