Plenário da Câmara Municipal de Fortaleza. Foto: Ascom/CMFor.

A perspectiva de uma renovação, igual ou superior a 50%, na Câmara Municipal de Fortaleza, com as eleições deste ano, aumenta a tensão entre os vereadores. Além da disputa que cada um travará dentro dos seus próprios partidos, no momento, todos estão atentos à movimentação das filiações partidárias no dia 3 de abril vindouro.

Tendo em vista o fim das coligações proporcionais, as filiações dos pretensos candidatos sinalizam se será mais ou menos difícil a campanha de cada um. Quanto mais partidos conseguirem ter filiados competitivos em suas chapas, mais chances há de aumento da renovação no Legislativo municipal.

Mas as dificuldades para a eleição de vereador em Fortaleza, não são exclusividade dos titulares de mandatos. A maioria dos partidos faz seleção dos pretensos candidatos para reunir os que têm chance de amealhar o maior número de votos possíveis para conseguir ao menos alcançar o quociente eleitoral, de aproximadamente 30 mil votos, sem o que, sequer, poderá eleger um vereador.

Neste ano, diferentemente dos demais pleitos, só os votos da legenda elegerão os candidatos do partido. Antes, com a coligação proporcional, os votos de todos os candidatos da aliança, independentemente do partido aliado, formavam um bolo só para a divisão das vagas.

Ademais, neste ano, ainda há o fato de o partido, mesmo contando com os votos mínimos para eleger um dos seus, o mais votado deles terá de somar ao menos 3 mil votos, ou seja, 10% do quociente eleitoral. Essa realidade também é nova para as eleições municipais deste ano. Antes, com qualquer número de votos, bastando o partido ou a coligação somar a quantidade de votos para eleger um número determinado de vereadores, bastava o candidato ter sido votado para ganhar o mandato.

A partir do dia 4 de abril, com o fim do prazo de filiações partidárias, já é possível se ter ideia de quantos e quais partidos poderão ter chapa competitiva para a disputa de vereadores na Capital cearense. É grande a especulação sobre troca de partidos. Os vereadores do PDT, o partido do Governo municipal, tomaram uma decisão, já comunicada ao prefeito Roberto Cláudio, pelo presidente da Câmara Municipal, Antonio Henrique, na última quarta-feira (11), de que não aceitarão novas filiações de vereadores a partir do próximo dia 20. É um ato de preservação dos seus mandatos, embora pelo menos uns três deles tenham reeleição ameaçada.

Se no PDT os vereadores querem fechar a porta para quem já tem mandato, no MDB é o inverso. Ele está com dificuldade de formar uma chapa proporcional, mesmo o presidente do diretório municipal do partido, deputado Walter Cavalcante, admitindo ser candidato a prefeito de Fortaleza, como diz o vereador Cassimiro Neto, um dos que têm dúvida sobre ficar ou não no partido para disputar mais um mandato. A propósito, o irmão do Walter Cavalcante, vereador Frota Cavalcante, eleito pelo PTN, e hoje filiado ao Podemos, não está na relação dos que queiram ingressar no MDB para disputar a reeleição, ampliando a especulação sobre as dificuldades desta agremiação ter boa chapa para a disputa proporcional.

Sobre o assunto veja o comentário do jornalista Edison Silva: