Walter Cavalcante é o presidente do diretório do MDB em Fortaleza. Foto: ALECE.

O terror causado pela pandemia do coronavírus, no Ceará, não paralisou de todo a movimentação política com vistas às disputas municipais deste ano. No último dia 15, em Fortaleza, o MDB fez sua convenção municipal para eleger a nova direção local. O deputado estadual Walter Cavalcante, o presidente da legenda, admite que o evento contou com a participação de uns 70 filiados, alguns vindos do Interior, mesmo sem direito a voto. Uma enquete, no momento, levou a quase totalidade dos convencionais a sugerir que o partido tenha candidato próprio à Prefeitura de Fortaleza, mas não houve sugestão de nomes. De fato, visto pelo ângulo da competitividade, não os tem.

Como o encontro do dia 15 estava relacionado ao diretório municipal de Fortaleza, a formação de uma chapa de candidatos à Câmara Municipal da Capital foi um dos assuntos abordados. Igual a todas as demais agremiações, o MDB poderá apresentar uma relação com até 65 nomes de pretendentes a vagas de vereador, ou seja, 150% do total da composição do Legislativo fortalezense. Mas o partido está muito longe de alcançar essa marca.

Hoje, não mais de 20 nomes estão relacionados para compor a chapa, mas nenhum com perspectiva de amealhar votos suficientes de, somado aos dos demais postulantes, conseguir eleger representantes da sigla em outubro próximo. Esta avaliação é corroborada pelo único vereador do partido em Fortaleza, Casimiro Neto, ainda em dúvida se concorrerá à reeleição pelo MDB.

O deputado Walter Cavalcante quer ir ao governador Camilo Santana, nos próximos dias, com o ex-senador Eunício Oliveira, presidente do MDB no Ceará, falar sobre como deve ficar o seu partido na sucessão do prefeito Roberto Cláudio. Ele espera de Camilo, um Norte, embora diga estar descartada a possibilidade de votar no mesmo candidato do governador, se esse for do PDT. E admite ir com o PT ou com o PROS. Óbvio que o governador não recomendará nem Luizianne, do PT, muito menos Wagner, do PROS, posto seu compromisso com a eleição do candidato indicado pelo grupo liderado pelos irmãos Ciro e Cid Gomes. Como Walter e Eunício sabem muito bem dessa realidade, pedir a Camilo orientação é tentar confundir o ambiente político.

O MDB, embora ainda com uma boa representação parlamentar no Congresso Nacional, sairá das eleições municipais no País amargando novas derrotas. A imagem do partido está muito desgastada, não tanto quanto a do PT, mas bem próximo dela.

No Ceará, a exceção de um curto período, após a primeira eleição do hoje senador Tasso Jereissati ao Governo do Estado (Tasso foi eleito em 1986 pelo MDB, logo depois saiu para ingressar do PSDB, onde está até hoje), o partido sempre foi muito pequeno, mantendo-se na oposição. E em Fortaleza, particularmente, a agremiação teve bons momentos com Juraci Magalhães prefeito, defenestrado da direção partidária pelo próprio Eunício Oliveira.

Veja o comentário do jornalista Edison Silva sobre esse assunto: