Deputados brigões Leonardo Araújo e Osmar Baquit. Foto: Montagem/Blog do Edison Silva.

Os deputados estaduais Leonardo Araújo e Osmar Baquit foram à sessão ordinária da Assembleia Legislativa na manhã desta quarta-feira (11), mas não fizeram qualquer manifestação sobre a briga do dia anterior, quando trocaram insultos, escandalizaram colegas e motivaram a paralisação da sessão. Os poucos deputados presentes, também evitavam falar do assunto, embora quando provocados, reservadamente, lamentavam o ocorrido.

A Mesa Diretora da Assembleia tinha uma reunião para o fim da tarde de quarta-feira e o escândalo causado pelos dois deputados estaria na pauta das discussões, assim como logo depois dela, também da reunião do Colégio de Líderes.

O sentimento dos deputados é que os dois brigões deveriam ser levados ao Conselho de Ética, por quebra de decoro parlamentar, com uma agravante para o deputado Leonardo Araújo por ter acusado Baquit de participar de organização criminosa conhecida no Município de Quixadá como “Os Pipoca”.

O deputado Fernando Santana, que presidia a sessão fatídica da terça-feira (10), nesta quarta-feira não escondia o seu constrangimento de ter experimentado aquela situação, em plena sessão ordinária da Assembleia, com transmissão ao vivo pela rádio e televisão, além do acompanhamento de jornalistas e radialistas dos diversos órgãos de comunicação do Estado que acompanham as atividades diárias da Casa.

Para os deputados que falaram sobre o assunto, ainda que reservadamente, a punição para Baquit e Leonardo se faz necessária até para conter novas grosserias como aquela, tendo em vista a proximidade da campanha eleitoral, quando os ânimos no Interior ficam mais tensos, influenciando os parlamentares em razão dos seus envolvimentos na disputa em cada um dos municípios onde é votado. Segundo ainda alguns parlamentares, a punição pela quebra de decoro parlamentar é questão de manter o mesmo critério adotado em relação ao deputado André Fernandes, ameaçado de suspensão das atividades parlamentares por 30 dias, segundo a conclusão do Conselho de Ética.

André foi levado ao Conselho por ter insinuado que seu colega, Nezinho Farias, tinha envolvimento com o crime organizado. A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia não pode concluir o processo semana passada por um pedido de vistas da deputada Fernanda Pessoa (PSDB).