Presidente da Assembleia, José Sarto, ao lado do presidente da OAB-CE, Erinaldo Dantas: Foto: Arquivo/ALECE.

Participante da comissão formada para mediar as negociações, o presidente da Ordem do Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), Erinaldo Dantas, esteve reunido neste sábado (29) na Assembleia Legislativa com o procurador-geral de Justiça, Manuel Pinheiro, debatendo alternativas para chegar a um acordo entre movimento e governo do estado.

Para ele, é preciso que ambas as partes tenham empatia. “Empatia é uma característica essencial para se chegar a um acordo, é a qualidade de se colocar no lugar do outro. Está faltando que os dois lados tenham empatia”, afirmou ao Blog do Edison Silva.

Para o presidente da Ordem, o fato de manifestantes exigirem que o ex-deputado federal Cabo Sabino esteja presente nas negociações é algo superado. “Conversei com o Sabino, que estava calmo, e ele entendeu que sua presença poderia atrapalhar as negociações e concorda com a comissão. Os dois lados querem um acordo”, afirmou.

Erinaldo disse que o clima que presenciou no 18º Batalhão da PM é de sofrimento. “Encontrei mais famílias do que policiais e o clima deles é de sofrimento. Eles querem voltar às ruas, querem voltar a dormir na casa deles, querem sair do batalhão”, afirmou ao Blog.

Anistia é impasse

O presidente da OAB-CE revelou ainda que o clima nas negociações não é tenso, mas ainda não foi possível chegar a um acordo. “Por parte dos líderes do movimento e do governo há um clima de diálogo aberto, sem clima pesado, com os dois lados buscando uma alternativa, mas ainda sem consenso nessa questão da anistia”, explicou.

Para Dantas, o rumo das negociações poderá servir de exemplo não apenas para governadores de outros estados, assim como para os policiais. “O que está acontecendo hoje no Ceará pode servir de modelo em outros estados, não somente por parte dos governos, como por parte dos policiais, por isso que é importante nós encontrarmos um consenso para que a situação não fique ainda mais complicada”, concluiu.

Pautas

Apesar de ter sido dito que os manifestantes reduziram a pauta de negociação a apenas três reivindicações, Erinaldo afirma que, para a OAB-CE, foi garantido que há ainda seis pontos em questão. São eles:

– Anistia
– Tabela nova de reajuste
– A volta do desconto em folha dos policiais para as associações
– Auxílio-alimentação
– Criação de uma mesa permanente de negociação para tratar de pontos retirados por causa das negociações vigentes.