Ouvido pela Comissão de Educação, ministro Abraham Weintraub disse que o governo apresentará sua própria proposta para dar continuidade ao Fundeb. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado.

Na corrida contra o tempo para a manutenção do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), senadores questionaram o ministro da Educação, Abraham Weintraub, nesta terça-feira (11), sobre a posição da pasta em relação à principal fonte de financiamento da educação básica no Brasil, que só valerá até 31 de dezembro. Em resposta, o ministro reafirmou que o governo enviará ao Congresso uma proposta própria que seja “fiscalmente responsável”.

“Para melhorar o diálogo, nós vamos enviar agora um projeto nosso, porque eu tenho receio de que a proposta não avance como gostaríamos. Estamos enviando uma PEC também do governo sobre o novo Fundeb. Eu acho importante, mas o novo Fundeb tem de ter aspectos técnicos, ser fiscalmente responsável. Ele tem de ter alguns detalhes que eu acho que, ao longo do ano, nós vamos poder debater mais a fundo. Mas a nossa intenção é melhorar o diálogo. Como não estava fluindo como a gente imaginou várias vezes, a gente está tomando essa iniciativa”, disse o ministro, ouvido em audiência pública pela Comissão de Educação.

A Câmara dos Deputados e o Senado debatem propostas para tornar permanente essa fonte de recursos. Também analisam a possibilidade de aumentar a participação da União com mais investimento de verbas federais para manter o funcionamento de creches, educação infantil, ensinos fundamental e médio e educação de jovens e adultos nos estados e municípios. Três propostas de emenda à Constituição estão em análise no Congresso (PECs 15/2015, 33/2019 e 65/2019).

Autor de uma das PECs, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), afirmou que o Congresso corre contra o relógio e questionou o ministro se não seria melhor apontar problemas nas atuais propostas para corrigi-las em vez de apresentar um novo texto.

“Vossa senhoria disse aqui que todas as propostas hoje em tramitação aqui no Congresso Nacional sobre a permanência do Fundeb tem ruídos. Não seria melhor apontar e eliminar os ruídos numa discussão ampla do que trazer uma nova proposta do executivo e começar tudo do zero?”, questionou.

Sobre as iniciativas, o ministro disse que não é contra mais recursos na Educação, mas disse que para isso deputados e senadores precisam apontar de onde sairá o recurso.

“Não pode cavar buraco para novo déficit e colocar o Brasil em uma nova recessão”, apontou o ministro.

Pressa

Também preocupado com prazo, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) registrou que o Fórum dos Governadores, reunido nesta terça-feira em Brasília, aprovou nota em que reivindica a imediata aprovação de uma proposta que mantenha em vigência e amplie a participação da União no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica.

Fonte: Agência Senado.