Senadores Major Olímpio atrás do senador Eduardo Girão e do senado Elmano Férrer, chegando na 10ª Região Militar, em Fortaleza, onde trataram do motim de policiais militares cearenses. Foto: Reprodução do facebook do senador Girão.

A manifestação pública do senador Major Olímpio (PSL/SP), após sua visita a Fortaleza com o senador Elmano Férrer (Podemos), além dos três senadores cearenses (Eduardo Girão (Podemos), Prisco Bezerra (PDT), substituto de Cid Gomes, e o tucano Tasso Jereissati), na busca de uma solução para a crise criada por parte de integrantes da Polícia Militar, foi uma segunda derrota acachapante para os policiais com mandatos políticos, como o deputado federal Capitão Wagner, o deputado estadual Soldado Noelio, o vereador de Fortaleza, Sargento Reginauro, e tantos outros pretendentes a cargos eletivos, explorando policiais incautos.

Capitão Wagner, até então o principal nome dessa plêiade de políticos-policiais, além de ter sido desautorizado por uma parte da base da pirâmide da Polícia Militar, que não aceitou o acordo de melhoria salarial com o Governo, tendo ele como um dos avalistas, foi também ignorado na presença de deputados federais, por ele trazidos ao Ceará, na tentativa de ressurgir como interlocutor principal da tropa, sequer conseguiu que seus colegas fossem recebidos pelo governador Camilo Santana, ou qualquer outra pessoa da cúpula da segurança estadual, embora alegação do grupo, segundo disse, fosse reabrir as negociações.

Os cinco senadores da República, como aqui já registramos, saíram do encontro com o governador Camilo Santana, convencidos de que ele vai acionar na Justiça todos os policiais amotinados, assim como os autores de quaisquer outros atos ou ações de insubordinação. E o senador Major Olímpio emprestou apoio ao governador nessa decisão, tanto que no “batalhão de amotinados”, segundo suas expressões, disse aos policiais não concordar com aquele tipo de manifestação, portanto ser contra a anistia para os amotinados, principalmente quando policiais afrontam a Constituição e as leis, e agem “feito bandidos”.

Este momento de apreensão da população de Fortaleza será bem explorado na próxima campanha eleitoral. Wagner sabe disso. Já na semana passada ele foi obrigado a publicar em suas redes sociais um vídeo para rebater, o que realmente não fez, um outro vídeo de uma aula que havia ministrado, há algum tempo, onde dizia que policiais são impedidos de fazer greve, citando inclusive o dispositivo da Constituição Federal que cuida do tema. E ele ensinava correto a seus alunos. Mas ele esteve à frente de uma greve, já na vigência da atual Constituição, e gostaria de estar à frente do motim de hoje. Uma incongruência que será explorada no curso da campanha para a Prefeitura de Fortaleza.

Não é a segurança obrigação primeira da administração municipal. Mas ela, sobretudo nas últimas eleições em Fortaleza, tem sido um dos pontos muito questionados, principalmente por terem participado dessas campanhas o Moroni Torgan, o vice-prefeito de hoje que sempre procurou ser prefeito, falando da sua valentia e prometendo segurança ao fortalezense. Capitão Wagner é um segundo Moroni, desde que a última manifestação de policiais o projetou para o cenário político, elegendo-o vereador, deputado estadual e federal, além de garantir sua participação no segundo turno da última eleição em Fortaleza. Neste ano, porém, os dissabores que está experimentando, com a crise na segurança, podem aumentar as adversidades da disputa, embora, de certa forma, ainda estejamos um pouco distante dela.