Vereadores também têm dificuldades em serem aceitos em outros partidos. Foto: Érika Fonseca/CMFor.

Vereadores da atual legislatura na Câmara Municipal de Fortaleza estão preocupados com a possibilidade de não serem reeleitos na disputa eleitoral de outubro próximo. A primeira eleição sem coligação proporcional é um dos principais motivos do temor dos atuais parlamentares. A entrada de nomes de peso no processo também tem preocupado a alguns deles.

A pré-candidatura do coordenador especial de Articulação Política da Prefeitura de Fortaleza, Lúcio Bruno, é um dos pontos levantados por vereadores, ouvidos pelo Blog do Edison Silva, como provocadores de medo neles. Uma das motivações, segundo relataram, seria o apoio que o prefeito Roberto Cláudio tende a dar a Bruno, o que poderá fazer dele um campeão de votos.

Vereadores disseram que não havia necessidade do assessor do prefeito obter muitos votos, o que acabaria por tirar de outros de seus pares, e que prejudicaria uma possível reeleição de alguns deles. O PDT, maior partido da Câmara Municipal de Fortaleza, acredita que até oito vereadores da sigla podem não ser reeleitos em outubro próximo.

Presidente do PDT Municipal, o prefeito Roberto Cládio tem, aos poucos, dialogado com sua base governista na Câmara. O partido tem se interessado por aqueles vereadores da base que foram eleitos em 2016 com votação acima de 7 mil sufrágios. Muitos deles estão avaliando a possibilidade de ingresso na sigla pedetista.

Aqueles que ficaram com votação menor que 7 mil devem migrar para outras legendas da base governista para formar chapa. As conversas, porém, ainda estão incipientes, mas devem se intensificar no retorno dos trabalhos da Câmara Municipal, já no início de fevereiro.

Enquanto isso, muitos parlamentares continuam apreensivos, em diálogos não-oficiais, percebendo a dificuldade que terão nas eleições deste ano. Muitos partidos, como o PSB, por exemplo, não querem vereadores com muitos votos.

Para o vereador Michel Lins, presidente do Cidadania em Fortaleza, é natural que aqueles vereadores cujos partidos não atingiram a cláusula de barreira e perderam o fundo partidário, assim como aqueles que estejam em partidos com mais de um vereador eleito, fiquem ansiosos para definir seus rumos, pois encontrarão dificuldade pela falta de estrutura partidária.

Ainda de acordo com Michel, haverá resistência dos demais pré-candidatos não eleitos a estarem presentes em partido onde tenha mais de um vereador com mandato.

Dos 43 vereadores, 22 obtiveram mais de 7  mil votos:

Célio Studart (SD) – 38.278 votos*
Adail Júnior (PDT) – 15.912 votos
Salmito Filho (PDT) – 15.551 votos**
Antônio Henrique (PDT) – 13.401 votos
Iraguassú Filho (PDT) – 12.204 votos
Renan Colares (PDT) – 11.525 votos
Elpídio Nogueira (PDT) – 10.394 votos***
Benigno Júnior (PSD) – 9.082 votos
Didi Mangueira (PDT) – 9.010 votos
Márcio Cruz (PSD) – 8.599 votos
Evaldo Costa (PRB) – 8.586 votos
Mairton Félix (PDT) – 8.323 votos
Jonh Monteiro (PDT) – 8.322 votos
Dr. Luciram Girão (PDT) – 8.239 votos****
Evaldo Lima (PCdoB) – 8.149 votos
Ziêr Férrer (PDT) – 8.134 votos
Paulo Martins (PRTB) – 8.004 votos
Odécio Carneiro (SD) – 7.877 votos
Marcelo Lemos (PSL) – 7.869 votos
Soldado Noelio (PR) – 7.528 votos**
Bá (PTC) – 7.337 votos
Cláudia Gomes (PTC) – 7.307 votos

*Eleito deputado federal em 2018

**Eleito deputado estadual em 2018

***Licenciado do mandato

****Falecido durante o mandato