Vereadores Evaldo Lima (PCdoB) e Evaldo Costa (Republicanos) vão tentar mais um mandato na Câmara Municipal de Fortaleza. Foto: montagem Blog do Edison Silva.

Mais um desafio. Esse é o sentimento de alguns vereadores de Fortaleza que vão pedir votos este ano para voltar à Câmara Municipal, contando unicamente com o potencial eleitoral dos filiados da agremiação. Eles estão mais preocupados com o voto de legenda (voto no número partido) do que com a votação individual como candidatos. Se o partido não fizer, no mínimo, 30 mil votos, ele não consegue nenhuma vaga no legislativo da Capital. Nestas eleições, está proibida a coligação (ajuntamento de partidos) para a formação de chapas para vereador.

Para superar as limitações da nova realidade eleitoral, a palavra de ordem nos partidos é incentivar todos os filiados que tenham uma razoável liderança – seja classista, comunitária, estudantil e ex-parlamentares – a se candidatar. Muitos são conscientes que não têm potencial individual de voto para serem eleitos, mas conseguem votos de legenda para somar e alcançar os 30 mil sufrágios mínimos.

Mutirão

É um trabalho em mutirão, resume o vereador comunista, Professor Evaldo Lima. O PCdoB ocupa somente uma cadeira na Câmara Municipal de Fortaleza. Evaldo foi eleito em 2016 com 8.586 votos dentro da coligação (PSD, DEM, PCdoB e PMB). Não conseguiu ser eleita a ex-vereadora Eliana Gomes (PCdoB) que tirou 5.593 votos e hoje está trabalhando na Coordenadoria de Regularização Fundiária (Coref) da Prefeitura Municipal de Fortaleza. Em terceiro lugar ficou Josenias Gomes (PCdoB) com 4.072 votos.
O PCdoB está arregimentando todos os filiados para lançar chapa completa de candidatos e candidatas.

Por isso que o ex-deputado federal Chico Lopes, que anda meio desgostoso com o Parlamento, vai para o desafio de ser o “puxador de votos”. Chico Lopes não se reelegeu deputado federal em 2018, mas os fortalezenses deram a ele 26.826 votos. Em todo o Ceará, Chico Lopes obteve 56.059 votos. O convite para se candidatar a vereador também está feito ao ex-senador Inácio Arruda, mas ele ainda não se decidiu.

Movimento 65

O PCdoB trabalha para ocupar de 2 a 3 cadeiras na Câmara de Fortaleza na próxima legislatura. Foi criado dentro do partido o Movimento 65. “Vamos montar uma chapa que represente a multiciplicidade de vozes e rostos de Fortaleza. O PCdoB vai completar 100 anos em 2022 e sua marca histórica é a contribuição para a causa da Democracia. O cenário atual é de turbulência política e de ameaça ao Estado Democrático de Direito”, afirmou o vereador, dando uma prévia do discurso que vai usar na campanha rumo à reeleição.

Voto fiel

Ao vereador Evaldo Costa (Republicanos – ex-PRB), o partido, braço político da Igreja Universal do Reino de Deus, está prometendo que a entrada do pastor e ex-deputado federal, Ronaldo Martins, na disputa por cadeiras na Câmara Municipal, não vai tomar a vaga que ele ocupa hoje. Mas ajudar a eleger uma bancada maior para a próxima legislatura. O antigo PRB disputou, sozinho, sem fazer coligação, as eleições para vereador em 2016. Evaldo Costa foi o único eleito com 8.586 votos. O experiente ex-vereador Gelson Ferraz ficou como primeiro suplente com 8.462 votos e segundo suplente é Ricardo Souza com 3.603 votos.
O ex-deputado federal, Ronaldo Martins, não conseguiu se reeleger para a Câmara dos Deputados em 2018. Mas em Fortaleza ele obteve 52.235 votos. Em todo o Ceará a votação foi de 101.089 votos. Ficou na primeira suplência da coligação (PRB, MDB, PHS, AVANTE, SD, PSD, PSC, PODE). Hoje Ronaldo está no exercício do mandato com a licença temporária do deputado federal Moses Rodrigues (MDB).