Correlação de forças vai mudar na Câmara Municipal de Fortaleza já em 2020. Foto: Evilázio Bezerra.

O painel eletrônico da Câmara Municipal de Fortaleza passará por mudança brusca entre os meses de março e abril de 2020. As correlações de forças entre as bancadas partidárias na Casa, também. Tudo isso porque muitos vereadores, por medo de não serem reeleitos pelos seus atuais partidos políticos, vão ingressar em outras legendas que garantam as condições necessárias para retorno ao Legislativo da Capital cearense.

Praticamente, metade dos parlamentares que representam a população fortalezense deixará seus partidos no decorrer da chamada “janela partidária”, que se inicia em março e termina em abril. A janela se abre no período de seis meses que antecedem o pleito e possibilita que os atuais mandatários poderão pedir desfiliação partidária sem sofrer qualquer sanção por parte de suas agremiações.

O processo de saída dos partidos vem ocorrendo desde o ano passado, quando o PPL se fundiu ao PCdoB, fazendo com que os três parlamentares eleitos pela primeira sigla deixassem o partido por não se sentirem representados pela legenda comunista. Gardel Rolim e Ésio Feitosa, por exemplo, migraram para o PDT, do prefeito Roberto Cláudio.

Já Larissa Gaspar saiu de sigla aliada e retornou para o Partido dos Trabalhadores (PT), engrossando o coro dos vereadores da oposição à gestão municipal. Eleitos pelo PR (atual PL), os vereadores Márcio Martins e Julierne Sena ingressaram no PROS, partido liderado no Ceará pelo deputado federal Capitão Wagner.

O prefeito Roberto Cláudio, com o apoio do presidente da Câmara Municipal, Antônio Henrique (PDT), vem propondo a alguns vereadores o ingresso no Partido Democrático Trabalhista, o que deve tornar a sigla a mais forte da Casa na próxima legislatura.

O vereador Eron Moreira, atualmente no PP, já confirmou que irá se filiar ao PDT de Roberto Cláudio. Outros vereadores tendem a fazer o mesmo, como Carlos Mesquita, que vem sendo sondado pela legenda. Alguns ainda estão em dúvida para qual partido devem ir, mas já estão certos de que não terão vida política pós-eleições, se continuarem em seus atuais partidos.

O vereador Dummar Ribeiro (Cidadania), que obteve a menor votação no pleito de 2016, vai deixar os quadros do partido, uma vez que a sigla corre o risco de não eleger um parlamentar sequer caso permaneçam ingressos nela, ele e o presidente do partido em Fortaleza, Michel Lins. Lins deve ser o principal representante do partido na disputa eleitoral deste ano.

Todos os quatro vereadores do PRTB também devem deixar a legenda durante o processo de abertura da janela partidária. Priscila Costa aguarda criação do partido do presidente Jair Bolsonaro, o  “Aliança pelo Brasil”, para fazer parte do grupo em Fortaleza. Paulo Martins recebeu convite do prefeito Roberto Cláudio. Dr. Porto e Raimundo Filho também tendem a deixar a sigla.

Presidente

Atualmente membros do PSD, Benigno Junior e Márcio Cruz não têm qualquer relação com a direção partidária. O presidente estadual do partido, Domingos Filho, inclusive, afirmou ao Blog Edison Silva que assina a qualquer momento a carta de desfiliação dos dois, caso eles já queiram sair do grêmio. Os parlamentares, porém, vão aguardar o início do período da janela.

Evaldo Costa, atualmente, no Republicanos, também já informou ao Blog que não deve permanecer no partido. Ele, no entanto, não quis adiantar para que partido deve ir. A vereadora Cláudia Gomes deve seguir para o Democratas (DEM), que tem seu marido, Marcílio Gomes, como presidente municipal.

PSL

Emanoel Acrísio e Marília do Posto, ambos no PRP, também estão de malas prontas para ingressar em outras agremiações, assim como Jorge Pinheiro, atualmente no Democracia Cristã (DC). Marcelo Lemos, atualmente, único representante do PSL na Casa, também pretende ingressar em outro partido, assim como Frota Cavalcante, que está no Podemos.