Eurípedes Júnior é presidente nacional do PROS desde a fundação do partido em 2013. Reprodução do Youtube.

Sob a alegação de estar desviando recursos do Fundo Partidário, dirigentes nacionais do PROS decidiram, semana passada, afastar o presidente fundador da agremiação, Eurípedes Júnior (Eurípedes Gomes de Macedo Júnior), figura bem conhecida das principais lideranças do PDT cearense. A manifestação do diretório nacional foi mantida por uma decisão liminar de magistrado do Tribunal do Distrito Federal. Recurso de Eurípedes foi negado pela ministra Rosa Weber, segundo registra o noticiário nacional. Houve reação de deputados e senadores contra o ato de dirigentes nacionais. O deputado federal Capitão Wagner, como presidente do diretório estadual do partido no Ceará, ficou ao lado de Eurípedes.

A alegação para o afastamento do presidente do PROS, é de desvio de recursos da agremiação. Antes, Eurípedes já havia sido acusado de prática idêntica, mas ele conseguiu manter-se no cargo. O partido foi fundado em setembro de 2013, pouco antes do fim do prazo de filiação partidária para os candidatos na eleição de 2014. Salvou a situação do grupo político liderado pelos irmãos Ciro e Cid Gomes, àquele momento indisposto com o PSB, por conta da candidatura a presidente da República do já falecido Eduardo Campos. Os cearenses defendiam a aliança do PSB com o PT. A primeira grande festa de filiação ao PROS, portanto, foi no Ceará.

Mas o grupo de Ciro e Cid Gomes demorou pouco no PROS, exatamente por conta, dentre outras dificuldades, da suspeita da má gestão dos recursos do partido. Hoje, no Ceará, essa agremiação é comandada pelo deputado federal Capitão Wagner, um dos principais adversários do grupo dos irmãos Ferreira Gomes.

Wagner assinou a nota da bancada do PROS contra a destituição de Eurípedes, de quem tem o compromisso de garantir recursos para sua candidatura à Prefeitura de Fortaleza, neste ano. Sem Eurípedes, claro, a situação de Wagner fica um pouco mais difícil, embora, já existisse comentários sobre a possibilidade de ele trocar de partido, antes de abril.

A grande maioria dos partidos, realmente, é bem diferente do PROS, mas todos, porém, guardam uma semelhança: são cartórios a serviço de poucos, o que deixa muito a desejar como um instrumento indispensável à sustentação da Democracia.

É desagradável, para todos, essa situação do PROS, principalmente para os que não fazem parte no núcleo central aproveitador. No caso de Fortaleza, ela não terá tanta influência negativa para a candidatura de Wagner, pois este é, na verdade, maior que a sigla, mas lhe causará um certo desconforto, também pelo fato de ter feito oposição à punição de Eurípedes, acusado de malversação de recursos públicos, como é o Fundo Partidário.