Deltan alega que ele e seus companheiros da força-tarefa se sentiram ofendidos por serem chamados de “cretinos” e “gentalha” pelo ministro Gilmar Mendes. Foto:Fernando Frazão/Agência Brasil.

Pouco depois de ser punido com advertência funcional pelo Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador da República, Deltan Dallagnol, entrou com uma ação contra a União. No processo, o coordenador da força-tarefa da “lava jato” alega que sofreu “reiteradas ofensas” do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

A petição inicial é assinada pelos advogados Pedro Henrique Xavier e Francisco Otávio Xavier e pede R$ 59 mil de indenização e reúne declarações consideradas, pelo procurador, ofensivas.

Além de citações no Plenário do Supremo, a peça menciona também entrevistas como a concedida pelo ministro Gilmar Mendes à Rádio Gaúcha.

Na ocasião, Gilmar comentou a divulgação de conversas entre membros do força-tarefa do MPF do Paraná e o então juiz Sergio Moro, e disse que os procuradores haviam formado uma “organização criminosa”.

Na mesma entrevista, o ministro também comenta que esse consórcio formado em Curitiba era composto de “gente muito baixa e desqualificada”.

Deltan também alega ter sido ofendido em sessões de julgamento do STF e cita uma delas em que ele se seus companheiros de força-tarefa foram chamados de “cretinos”, “gentalha”, “covardes”, “gente “desqualificada” e “despreparada” e “vendilhões do templo“. Ele também afirma ter sido chamado de “gangster” pelo ministro.

A petição ainda usa os salários do ministro do STF como balizador do valor proposto pela ação.

Deltan não é o primeiro personagem controverso do Paraná a processar Gilmar Mendes. Em outubro deste ano o juiz Marcos Josegrei da Silva, que se disse ofendido por ter sido chamado de “estrupício” e “analfabeto voluntarioso” pelo ministro Gilmar Mendes, teve autorizada indenização em R$ 20 mil pela Justiça Federal do Paraná.

Fonte: site Conjur.