O parlamentar chamou de “oportunismos” os discursos contra e a favor da Previdência. Foto: ALCE.

O deputado Heitor Férrer (SD) foi enfático em se colocar contrário à Reforma da Previdência do governador Camilo Santana, quando ela passa a taxar aposentados e pensionistas. Em seu pronunciamento, na tribuna da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (11), o parlamentar fez um histórico das incoerências daqueles que fazem oposição e os que estão no poder.

Segundo ele, “não há força humana que me faça taxar inativos e pensionistas. Eu não voto nisso nem se dissesse que eu vou morrer, se não votar”, disparou. Ele lembrou, ainda, que quando o Governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) defendeu a taxação, partidos de esquerda entraram no Supremo Tribunal Federal e barraram. “Quando o PT assume, taxa o inativo na previdência”, lembrou.

Ele disse que quando o PSDB estava no poder, a oposição à época, o PT, quando do reajuste do salário mínimo, reclamava que aposentados e pensionistas recebiam valores menores. O mesmo ocorreu nas gestões petistas, mas dessa vez a reclamação partia dos tucanos, que passara a ser oposição.

“O PT apresentava emenda e o PSDB derrubava. Quando o PT assume, o PT não faz o que fazia com suas emendas, não dá o mesmo reajuste e o PSDB que não dava, apresentava emendas com mesmo teor. Olha que manipulação”, lamentou o deputado.

Sobre a Reforma da Previdência, o parlamentar, assim como Renato Roseno, reclamou da pressa do Governo Estadual em pautar a matéria. Ele lembrou, por exemplo, que o Governo Federal passou quase um ano discutindo o texto até sua aprovação. Ressaltou ainda que a chamada “reforma paralela” da Previdência não teve tramitação no Congresso Nacional.

Quanto a isso, o deputado Renato Roseno destacou que existem quatro ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a medida votada pelos congressistas. Caso o Supremo entenda que haja alteração no que foi aprovado pelo Congresso, como ficará a proposta de Camilo Santana? Questionou o socialista.

Servidores

“A Reforma Paralela ainda não foi aprovada. Irá agora para a Câmara dos Deputados, com dificuldades enormes de aprovação. Aí o Governo Camilo, do PT, que assinou a carta dos governadores do Nordeste contra a Reforma, envia essa para a Assembleia”, reclamou Férrer.

Ele afirmou ainda que 20 dias é pouco tempo para se debruçar sobre os textos das duas matérias encaminhadas pelo Governo do Estado, e chamou isso de “desrespeito” com os deputados e servidores. Renato Roseno corroborou com o colega e disse que os argumentos apresentados pelo governador Camilo Santana e sua base aliada, são injustos.