Instituto José Frota (IJF) em Fortaleza recebe diariamente muitos pacientes vítimas de acidentes com motocicletas. Foto: Sesa/CE.

Boa parte dos atendimentos do Instituto José Frota (IJF), o maior hospital de traumas do Ceará, é de vítimas de acidentes com motocicletas. Com a proximidade do final do ano, a perspectiva da mistura andar de moto e o consumo de álcool nas festas e confraternizações tem gerado preocupação para autoridades cearenses.

O secretário estadual da Saúde, Dr. Cabeto, está atento à questão. Ele cobrou engajamento da população na causa, lembrando que o Estado dará incentivos às cidades que reduzirem o número de acidentes.

“É fundamental o empenho dos 184 municípios, do cidadão cearense, para que use capacete, para que faça a prevenção do acidente de moto. O Estado do Ceará finalizou agora um planejamento onde a premiação do ICMS vai incluir o indicador acidente de moto. Então, os municípios que tiverem menos acidentes de moto, ou menos acidentes graves, vão receber premiação. Ou seja, nós vamos agir na área da educação, na área do planejamento de saúde e na área fiscal”, explicou.

Médio prazo

Cabeto explicou ainda que o processo de regionalização previsto na Plataforma de Modernização da Saúde deverá, em médio prazo, diminuir a lotação nos hospitais da Capital por ocorrências deste tipo. “O plano regional, estipulado pelo Governo do Estado, institui a regionalização baseado em cinco regiões. O que vai acontecer no médio prazo? Nós vamos ter os hospitais regionais abertos para atender politraumatismos. Então, ao invés de eu atender apenas em um, eu vou atender em mais quatro hospitais, e os hospitais-polos vão fazer as cirurgias eletivas”, concluiu.

Conscientização e fiscalização

Para o deputado estadual Dr. Carlos Felipe (PCdoB), é necessário que se conscientize a população. “Nós precisamos alertar toda a população cearense, especialmente os jovens, que esse período é de altos índices, tanto de letalidade como de morbidade, com acidentes de trânsito gravíssimos. O trânsito continua sendo dos maiores responsáveis de mortes dentre a população jovem, tendo o estado brasileiro em torno de 40 mil casos/ano. A gente precisa ter um trabalho feito pela imprensa, pelo Estado, pela sociedade nos seus mais diversos ramos, nas igrejas, nos clubes, nos sindicatos, nos governos, para que a gente possa trabalhar a consciência da juventude, sobretudo a perigosa relação entre o álcool e o dirigir”, alertou.

Para o deputado, ao mesmo tempo é necessário que a Polícia Rodoviária Estadual, a Federal e as guardas municipais de trânsito, façam ações efetivas e fortes nesse período para que se diminuam os índices de violência no trânsito.

O deputado Leonardo Pinheiro (PP) pede que se trabalhe no sentido de minimizar o número de acidentes. “O governo realmente tem que encarar com seriedade, com muita firmeza essa situação. Existem medidas que, infelizmente, não são muito bem-vindas pela população, mas tem que se aumentar a vigilância, a fiscalização”, afirmou. Para ele, campanhas de conscientização são necessárias, mas é uma fiscalização rigorosa que poderá coibir casos de pessoas alcoolizadas ao volante, casos de excesso de velocidade e até a falta de uso do capacete, tão comum no Interior. “Nós sabemos que, em épocas em que aperta mais a fiscalização, diminuem mais os atendimentos de acidentados no IJF, é uma questão diretamente proporcional”, concluiu.