Sérgio Aguiar fez críticas ao otimismo exagerado com que o Governo Federal anteviu a venda dos royalties do pré-sal. Foto: ALECE.

O deputado Sérgio Aguiar (PDT) lamentou, na sessão da Assembleia Legislativa desta quinta-feira (07), a baixa arrecadação do megaleilão de campos do pré-sal, que aconteceu na quarta-feira (06). Audic Mota (PSB) comentou sobre a destinação dos valores que estados e municípios receberão.

De acordo com Sérgio Aguiar, a afirmação do Governo Federal, de que o leilão foi um sucesso “esconde a frustração do mercado quanto às expectativas sobre o negócio”. A estimativa do Governo era que fosse arrecadado R$ 106 bilhões, mas o resultado foi de R$ 69,96 bilhões, valor 34% abaixo do esperado.

“Muito foi falado sobre esse excedente do pré-sal e que os recursos previstos iriam mudar a realidade de estados, municípios e, principalmente, de muitos brasileiros que teriam mais investimentos em setores básicos, como saúde e educação”, comentou.

O parlamentar disse que esses recursos, muito provavelmente, não chegarão aos mais pobres e não trarão os benefícios prometidos.

“Acredito que tudo isso foi superestimado pelo Governo. Sabemos que quem manda nessas coisas não é o Poder Público, mas as empresas que vão ou não se interessar no leilão. E não foi o que aconteceu”, pontuou o deputado.

Sérgio Aguiar ressaltou ainda que o mercado ficou frustrado com o leilão, ações da Petrobras caíram e o dólar subiu logo após o pregão das áreas de petróleo. “Dez minutos após o resultado, as ações da estatal brasileira saíram de uma alta de 3% para um recuo de 3%. Além disso, o dólar se valorizou em 2,25% frente ao real”.

Lado bom

Já o deputado Audic Mota viu um lado bom no resultado final do leilão. “Temos, pelo menos, uma coisa boa nisso tudo: é que a Petrobras conseguiu sagrar-se vencedora no lote mais importante do leilão, que é um lote que permite uma posição majoritária na produção do óleo ao povo brasileiro”, disse ao Blog do Edison Silva.

Audic comentou o critério que terá que ser utilizado por estados e municípios para usufruto desse aporte financeiro que chegará advindo do megaleilão.

“Há um compromisso de que praticamente a totalidade desses recursos teria como prioridade a questão do déficit da previdência desse ano. O recurso teria que ser utilizado, primeiro, para cobrir o déficit da previdência, que já é uma obrigação dos municípios e estados, ou seja, está na verdade aportando uma obrigação que já deveria ser cumprida voluntariamente. E o que sobrar disso poderia ser utilizado a título de investimento”, explicou ao Blog, sem deixar de exaltar o dinheiro que virá.

“Continua sendo uma excelente destinação, porque mesmo que o valor tenha diminuído, certamente os estados e municípios terão amenizado o desembolso que terão que fazer com o recurso que vai entrar”, concluiu.