Após participação em congresso, Flávio Dino (esq.) foi saudado pelo presidente da Assembleia, deputado José Sarto (dir.) no plenário da Casa. Foto: ALECE.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), esteve nesta sexta-feira (01) na Assembleia Legislativa, participando do II Congresso Cearense de Direito Eleitoral, onde falou sobre “Crise da democracia e sistema de Justiça”. Em conversa com a imprensa presente ao local, falou do cenário político nacional, do papel da oposição ao governo federal e até sobre as expectativas para as eleições presidenciais em 2022.

Para Flávio Dino, a eleição municipal de 2020 será a ‘ante-sala’ da eleição presidencial de 2022. “Aí sim, vamos apresentar à sociedade uma alternativa que, se Deus quiser, seja vencedora e com isso nós possamos recolocar o Brasil nos trilhos corretos, do progresso, da democracia, do diálogo, do bom entendimento e, sobretudo, da justiça social, garantir que os mais pobres possam ser novamente enxergados”, pontuou ao Blog do Edison Silva.

Candidato

Questionado sobre sua possível candidatura para o Planalto em 2022, despistou apontando que o foco está nas tarefas administrativas à frente do seu estado, mas pregou que haja a criação de um programa de propostas para o país, criando-se um clima de entendimento entre as lideranças de esquerda brasileiras. “Há muito belicismo, às vezes, no nosso próprio campo político, entre lideranças do nosso campo e nós sabemos que o lulismo, o trabalhismo são fundamentais na história brasileira. Então, eu sou um agente da união, um agente da unidade, do diálogo. Essa tem sido minha atuação e, lá na frente, vamos ver se isso resulta na candidatura de A, B ou C”, pregou.

“Eu tanto posso fazer campanha para alguém, como posso ser candidato e em ambas as possibilidades estarei com a mesma tranquilidade e firmeza defendendo as coisas em que acredito”.

Inimigo de Bolsonaro

Flávio admitiu que rusgas com o presidente Bolsonaro e críticas vindas do presidente acabaram antecipando o debate, ligando seu nome à possível candidatura à presidência, mas é importante aguardar 2021 ainda. “Está longe, muita coisa vai acontecer até lá e o importante é proteger a democracia e garantir que haja eleições, uma vez que nós temos um deputado federal e outros defendendo até AI-5, fechamento de Congresso, de Supremo, então, nós temos muita coisa para resolver até chegar em 2022”, advertiu ao Blog.

> Flávio Dino comenta sobre papel da oposição no país. Ouça:

 

Importância do diálogo

O governador comunista lembrou da importância do diálogo para se alcançar grandes objetivos, citando o caso de sua própria ascensão no Maranhão como exemplo. “Em 2014, quando eu venci as eleições, fui apoiado por uma frente política de nove partidos. Em 2018, quando da reeleição, ambas em primeiro turno, já éramos 16 partidos, ou seja, nós ampliamos a frente política. Isso é o principal; entender que as diferenças são normais, você tem posições ideológicas e políticas diferentes, mas é possível construir pontos de convergência, de unidade ou de consenso. E tem dado certo no nosso Estado, temos melhorado os indicadores sociais em toda as áreas, todos os serviços públicos funcionam hoje no Maranhão melhor do que antes de a gente governar”, concluiu.

Minoria importante

O governador maranhense falou ainda do papel da oposição ao governo federal no Congresso, mesmo com poucos deputados e senadores. “Nós temos procurado, no Congresso Nacional, atuar dentro do que é possível, em um quadro em que nós somos minoria. Claro que temos problemas políticos, estamos vindo de várias derrotas, inclusive na eleição presidencial última, e isso nos colocou em uma posição desfavorável, não há dúvida, mas não me insiro nas fileiras daqueles que acham que a oposição tem só errado”, explicou, citando a Reforma da Previdência, na qual, segundo ele, graves retrocessos sociais foram evitados pela atuação de oposição.