Vereador Guilherme Sampaio lamentou censura na cultura. Foto: CMFor

Os vereadores de Fortaleza, Ronivaldo Maia e Guilherme Sampaio, ambos do PT, criticaram as recentes medidas tomadas pelo Governo Bolsonaro nas áreas de Educação e Cultura. Durante a sessão ordinária desta terça-feira (08), os petistas ressaltaram que o País vive um novo momento de censura e que isso era perigoso para a democracia brasileira.

Guilherme chamou de “retrocesso” e “desmonte da cultura” o que está sendo praticado pelo Governo Bolsonaro. Segundo ele, a atual gestão estabeleceu uma série de critérios que censuram a produção artística e cultural.

“A censura está de volta ao campo da arte e da cultura. São ataques muitos graves e típicos desse governo. E querer calar o outro é a linguagem das ditaduras, das intolerâncias. Nós estamos diante de um retrocesso grave na evolução democrática do país”, apontou Guilherme.

“A arte e cultura são naturalmente linguagens e expressões revolucionárias, que não seguem padrões e que nos fazem refletir. É o papel da arte como produção humana”, disse o petista.

Dentre as medidas que censuram a produção artística, Guilherme citou os novos critérios de seleção do Centro Cultural da Caixa em Fortaleza. “Foram definidas novas regras para selecionar o artista, e isso incluiu até mesmo os que já haviam sido selecionados por curadores, mesmo esses precisam passar por esse filtro que envolve até pesquisa na rede social do artista. Por esses critérios, Chico Buarque e Fernanda Montenegro não poderiam se apresentar”, exemplificou.

Conforme o parlamentar, as regras implementadas exigem que detalhes do posicionamento político dos artistas, o comportamento deles nas redes sociais e pontos polêmicos das suas obras constem no relatório interno. O documento será avaliado pela estatal antes que seja dado o aval para que peças de teatro, exposições, mesmo aquelas já aprovadas em editais, possam entrar em cartaz.

Já Ronivaldo Maia classificou como “deplorável” a situação pela qual o País passa. Segundo ele, o Ministério da Educação, por exemplo, passa por um “momento dacroniano”. “Não há compromisso nenhum desse ministério se não com a visão centrada dos interesses políticos desses que estão no Governo”.

Para o petista, a pasta deveria favorecer “para que a educação caminhe bem, dando passo certo na questão da ciência e do progresso”. Ele, assim como Guilherme Sampaio, defendeu a luta organizada pela classe trabalhadora, como ocorria em outrora. “A luta, a organização, as ruas, são , com certeza, nosso horizonte”, defendeu.