Vereadora Larissa Gaspar reclamou do processo de escolha no domingo (06). Foto: CMFor.

Vereadores da Câmara Municipal de Fortaleza querem explicações por parte dos responsáveis pela eleição dos conselheiros tutelares, no domingo (06), devido a diversas denúncias de irregularidades e desorganização. Como o Blog do Edison Silva mostrou, com exclusividade, a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), através de seus representantes locais, ajudou a eleger os conselheiros mais bem votados do pleito.

Muitos vereadores e ex-vereadores estão envolvidos na eleição de apadrinhados, alguns dos quais parentes dos parlamentares. Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, a vereadora Larissa Gaspar (PT), quer investigações para apurar as diversas denúncias feitas.

Segundo a vereadora que, igual a muitas outras pessoas, não conseguiu votar, diversos eleitores foram impedidos de exercer o direito de voto por vários motivos. Ela disse, na tribuna da Casa, que as irregularidades registradas pelo Ministério Público são graves, precisam ser apuradas e os responsáveis devidamente punidos.
“A relevância da eleição do Conselho Tutelar exige melhor planejamento e atenção do Poder Público para que se mantenha a lisura do processo de escolha e se respeite as eleitoras e eleitores participantes”, defendeu.

A vereadora disse ainda que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal vai avaliar o processo eleitoral, receber denúncias sobre irregularidades nas eleições, como compra de votos e transporte irregular de eleitores, e encaminhar para a devida apuração, bem como acompanhar as investigações do Ministério Público e as medidas de punição dos responsáveis.

O vereador Paulo Martins (PRTB) também se posicionou sobre o processo de eleição dos conselheiros tutelares eleitos, ressaltando a importância desses profissionais para a proteção e garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes da Capital cearense.

Ele teceu críticas ao processo eleitoral, apontando algumas irregularidades. “Foi muito conturbado, faltou organização. Apenas 7,7% do eleitorado compareceu às urnas, mas enfrentou filas imensas, pessoas que chegaram no local e não conseguiram votar pois o nome não estava na lista. Houve denúncias também de compra de votos. Então, a gente espera que isso sirva de exemplo para que no próximo pleito não aconteça o mesmo”, apontou.

Paulo ainda defendeu mudanças nas regras das eleições. “Não concordo de impedir a participação dos parlamentares nos pleitos. Nós andamos pelas ruas e sabemos das lideranças, mas somos impedidos de manifestar o nosso apoio de forma pública e é preciso refletirmos sobre isso”, afirmou.

Outros parlamentares da Casa, como os vereadores Eron Moreira (PP) e Emanuel Acrízio (PRP) também reclamaram do processo. Acrízio, por exemplo, que já foi conselheiro tutelar, lamentou a desorganização do pleito.

A ex-vereadora Eliana Gomes, que apoiou um dos conselheiros eleitos, entrou em contato com o Blog do Edison Silva para apontar a falta de organização do pleito deste ano. A parlamentar disse que atuou em prol da candidatura do conselheiro eleito Wescley Sacramento.