Plenário Fausto Arruda na Câmara Municipal de Fortaleza. Foto: CMFor

Mais curioso do que o que ocorre na Assembleia Legislativa é o que acontece diariamente na Câmara Municipal de Fortaleza. Lá, a bancada de oposição é bem reduzida, e ainda assim, poucos do grupo são os que se revezam na tribuna. Guilherme Sampaio (PT), Sargento Reginauro (sem partido) e Márcio Martins (PROS), são asspiduos, quase sempre para criticarem a administração muinicipal.

Cabe ao líder do Governo, Ésio Feitosa (PDT), e ao vice-presidente da Casa, Adail Júnior (PDT) apresentarem o contraponto. Vale lembrar que o Legislativo Municipal é formado por 43 parlamentares.

Os vereadores da base aliada muito pouco se pronunciam na Casa, nem mesmo em defesa da administração municipal. Alguns até se inscrevem para fazer uso da palavra, mas logo desistem e cancelam participação.

Entre os vereadores que fogem da tribuna do plenário Fausto Arruda estão: Evaldo Costa (PRB), Frota Cavalcante (PRP), José Freire (PDT), Libânia (PTC), Marcelo Lemos (PSL), Plácido Filho (PSDB), Julierne Sena (PROS), Mairton Félx (PDT) e Maria do Posto (PRP).

Pelo menos 21 vereadores fazem uso da tribuna, apesar de poucos dominarem os debates na Casa. De acordo com Evaldo Lima (PCdoB), o Parlamento é o espaço para o debate, e o parlar, o debater a cidade, é uma exigência da atividade parlamentar.

“Alguns parlamentares atuam nos bastidores e procuram muito resolver questões de suas comunidades, isso faz parte do fazer política. Outros acabam desprezando a tribuna e fazendo de tribuna as redes sociais. Essas (ações) não têm mesma intensidade nos debates da Casa”, disse.

Ausência

Guilherme Sampaio foi na mesma toada do colega. Para ele, alguns parlamentares têm perfil de atuação comunitária, o que exige muito da presença no cotidiano das comunidades, o que faz com que ele pense menos nos debates em tribuna.

“O papel fiscalizatório, para o qual a tribuna é um dos instrumentos, está muito restrito a oposição, que é diminuta, ou a breves questionamentos, em caráter de exceção, de vereadores da base . Penso que esses dois fatores podem pesar na ausência de um debate mais frequente no parlamento”.

Debate Público

“O Parlamento é o lugar certo para prestarmos contas ao povo do nosso trabalho nesse sentido. Por isso busco usar ao máximo a tribuna para reverberar o clamor do povo dentro do que é minha missão”, disse o vereador Sargento Reginauro.

Segundo ele, a Câmara tem poucos vereadores com disposição para o debate público. “Hoje menos da metade dos vereadores fazem isso com frequência. Claro que o trabalho do parlamentar não se resume a isso, e ele pode usar outros meios para representar seu povo, mas jamais honrará de fato com o que é seu papel, se se eximir do debate público”, apontou.