Evaldo Lima voltou a fazer defesa da matéria e criticou fake news. Foto: CMFor

O projeto mais polêmico, atualmente, em tramitação na Câmara Municipal de Fortaleza não tem assinatura do prefeito Roberto Cláudio e nem desperta desavenças entre opositores e governistas. A proposta do vereador Evaldo Lima que dispõe sobre a “Liberdade de Cátedra” (antes Liberdade de Expressão) para professores da rede municipal de ensino tem colocado aliados do Executivo em lados opostos.

Uma verdadeira campanha contra a matéria tem sido realizada nas redes sociais, e agora, o autor da matéria, Evaldo Lima (PCdoB), tenta convencer o presidente da Casa, Antônio Henrique (PDT) a pautar o texto no Plenário Fausto Arruda.

O comunista vem tentando diálogo com Antônio Henrique para que ele compreenda a importância da matéria e a relevância de sua aplicação para os diversos educadores da rede municipal de ensino de Fortaleza. Evangélico, o presidente do Legislativo, a priori, não tem interesse de pautar a matéria, visto a polêmica que tem causado entre setores conservadores, principalmente, devido as manifestações de vereadores da Bancada Religiosa na Casa.

Durante sessão ordinária, nesta terça-feira (29), Evaldo Lima foi até á tribuna rebater notícias que associam sua proposta ao ensino de “ideologia de gênero” nas escolas de Fortaleza. Ele voltou a chamar tais informações de “fake news”. O parlamentar garantiu que não há nenhum artigo no projeto que prevê o ensino de ideologia de gênero na rede municipal de ensino.

“Sou professor por vocação e a educação é a pauta mais importante do nosso mandato e reafirmamos isso na construção de projetos. E quero esclarecer a cidade de Fortaleza sobre nosso projeto que garante a liberdade de cátedra. Apresentamos a proposta ainda em 2018 e a ideia fundamental da iniciativa é a garantia do pluralismo de ideias. A iniciativa cria uma série de mecanismos de proteção ao professor e combate toda e qualquer violência, seja ela moral, patrimonial, física ou psicológica”

De acordo com o parlamentar, o artigo que proíbe o uso de equipamentos eletrônicos para fotografar, filmar ou gravar em áudio a atuação do professor em sala de aula, para fins de constrangimento ou violação de direitos, gerou uma série de discussões e tem sido utilizado para a propagação de fake news.

“Com o avanço do fundamentalismo, da farsa da extrema direita assistimos a vários casos de filmagem dos professores para constrangê-los e essa proibição está sendo utilizada para propagar fake news, de que nosso projeto permite o ensino de uma suposta ideologia de gênero“, disse.

O projeto de Evaldo Lima tem dividido a Casa entre aqueles favoráveis e contrários à matéria. No fronte de batalha daqueles que querem que a matéria seja rejeitada estão Priscila Costa (PRTB), Jorge Pinheiro (DC) e Odécio Carneiro (DC). Além de Lima, também se posicionam favorável à proposta os vereadores Guilherme Sampaio (PT) e Didi Mangueira (PDT).