Presidente do PDT de Fortaleza, Roberto Cláudio, deve dialogar com todos os aliados. Foto: Blog do Edison Silva.

A base governista do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, já está ciente de que a candidatura natural para substituí-lo deverá sair dos quadros do PDT, tanto que alguns nomes já estão sendo sondados. Restam aos partidos coligados a disputa por espaços na chapa majoritária, sendo o cargo de Vice-prefeito o único desejado por aqueles que apoiarão uma eventual candidatura pedetista.

O presidente estadual do PSD, Domingos Filho, já sinalizou interesse em indicar o nome para a vaga, segundo ele, devido a possibilidade de auxílio que a legenda poderá dar para uma eventual candidatura do PDT em 2020. O dirigente estava se referindo ao tempo de  televisão que a sigla poderá oferecer para o candidato governista no próximo ano, bem como os apoios de candidatos a vereador na Capital cearense.

Acontece que, partindo desse pressuposto, o Progressistas (PP) poderá sair na frente, visto que é a legenda, hoje, com maior tempo de rádio e televisão a oferecer. A agremiação também foca em candidaturas fortes ligadas a deputados estaduais com votação expressiva em Fortaleza para atrair maior votação para a candidatura majoritária na Capital.

Como elegeu a maior bancada da Câmara Federal, o Partido dos Trabalhadores (PT) seria a legenda mais forte, no Ceará, ao lado do PSL, em termos de tempo para a propaganda eleitoral. No entanto, nenhuma dessas duas legendas, a preço de hoje, deve apoiar uma candidatura governista tendo o PDT como cabeça de chapa.

O PT já anunciou que está trabalhando uma candidatura própria na Capital cearense, tendo o nome da deputada federal Luizianne Lins como o mais lembrado quando da discussão sobre quem deve ser o candidato petista na disputa. Lins comanda, dentro do PT de Fortaleza, a ala oposicionista ao prefeito Roberto Cláudio.

Já o PSL, ainda o partido do presidente Jair Bolsonaro, tende a apoiar uma candidatura adversária, a do deputado federal Capitão Wagner (PROS).  Com eventual saída de Bolsonaro dos quadros da legenda, as condições de apoio podem até ser alteradas, mas Wagner já vem construindo há algum tempo uma aliança com a legenda.

No pleito do ano passado, o PP, por exemplo, elegeu 37 deputados federais, enquanto que o PSD, 34. A diferença em tempo de televisão pode até ser pequena, de segundos, mas isso será levado em consideração no momento das negociações por espaços durante a disputa eleitoral.

O MDB, que ainda não definiu como se portará na disputa do próximo ano, também elegeu 34 parlamentares para a Câmara Federal. Da base de sustentação de Roberto Cláudio, depois de PP e PSD, seguem PL, PSB, PRB, DEM e por último, o PDT. O tempo de televisão e rádio só é contado pela representação das seis maiores siglas de uma coligação.

Em conversa com o Blog do Edison Silva, o presidente do PSD disse do interesse na vaga a vice-prefeito, mas destacou a prioridade que Moroni Torgan, do DEM, teria neste caso. No entanto, nem mesmo o DEM ainda decidiu como se comportará no pleito vindouro.

Secretário-geral do PP no Ceará, o ex-deputado Paulo Henrique Lustosa, afirmou que a legenda, pela representatividade nacional que tem, e pela possibilidade de apoio a uma candidatura pedetista em Fortaleza, tem, sim, prerrogativas para debater um espaço na chapa majoritária.

Uma eventual coligação do candidato governista teria como partidos mais fortes PP > PSD > PL > PSB > PRB > DEM > PDT. O MDB poderá vir  a compor com a candidatura da base, e ajudaria com o mesmo tempo de TV do PSD.