Senador Eduardo Girão cobra do Governo o fortalecimento dos órgãos de combate à corrupção. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado.

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) manifestou preocupação, nesta segunda-feira (21), com a continuidade do combate à corrupção. Ele cobrou do Governo Federal o compromisso de fortalecer a operação Lava Jato. Para ele, a crise que envolve o PSL, partido ao qual é filiado o presidente da República, Jair Bolsonaro, com a troca de acusações entre os filiados à legenda, também deixa a população assustada. O senador disse ter em mãos uma lista de indicações de nomes dos deputados para cargos no governo, o que configuraria um loteamento da máquina pública, um “toma-lá-dá-cá”, que está procurando confirmar.

“O povo brasileiro já disse claramente que não aceita isso. É uma vergonha que isso volte a acontecer!”, disse Girão em Plenário.

O senador reconheceu avanços administrativos durante a atual gestão, como o cancelamento de patrocínios públicos; a redução de despesas; a tentativa de conter o desvio de dinheiro público; e a agilização da tomada de decisões. Mas, ainda no campo da transparência, apontou aspectos negativos, como fato de o governo não cumprir, até o momento, a promessa de campanha de fortalecer os órgãos de controle e combate à corrupção.

Mas o que se viu ao longo dos primeiros meses de mandato, disse Girão, foram “tentativas de interferências” do governo Bolsonaro na Polícia Federal, na Receita Federal e no antigo Coaf, atual Unidade de Inteligência Financeira. Por fim, o senador também denunciou o envio, por redes sociais, de mensagens favoráveis ao governo que não correspondem à realidade.

“E sabemos que a origem, muitas vezes, é de robôs que estão a serviço do governo, e colocam uma realidade que a gente não vê aqui. Como se esse governo tivesse rompido um paradigma, que ele prometeu. Pode até ter tentado no começo, mas mudou de caminho, e está deixando do mesmo jeito. Um paradigma da velha política, da má política, do toma-lá-dá-cá, da barganha. E os fins não justificam os meios, jamais!”, lamentou Girão.

Fonte: Agência Senado.