Deputada Silvana afirma que deputados federais já falam em acordo para recuperar valores perdidos. Foto: Assembleia Legislativa/Divulgação.

A perda de mais de R$ 180 milhões, que o Estado do Ceará deve ter com a aprovação das regras para a divisão dos recursos da cessão onerosa do pré-sal, repercutiu na Assembleia Legislativa. As regras propostas pelo Senado resultariam em um repasse para o Ceará de R$ 667 milhões, mas, após a mudança na Câmara, o valor aproximado cai para R$ 483 milhões.

Para a deputada estadual Dra. Silvana Pereira (PL), esposa do deputado federal Jaziel Pereira (PL), já há um princípio de acordo entre os deputados da bancada federal cearense para buscar recuperar esse valor perdido através de emendas coletivas de bancada. Os deputados receberão o governador Camilo Santana na próxima terça-feira (15), em Brasília.

> Silvana fala da articulação na bancada federal para garantir recursos; ouça:

 

A parlamentar elogiou a postura do governador em buscar verbas através dos deputados federais. Nos bastidores, no entanto, reclamou da falta de diálogo com os parlamentares da base.

Senado x Câmara

O deputado Heitor Férrer (SD) lamentou a diminuição da verba que será repassada ao Estado. Ele lembrou que a divisão que havia sido aprovada no Senado era mais pelo fato de que há o mesmo número de senadores (três) para cada estado brasileiro. “Como no Congresso a representação é por bancada federal, e aí a bancada de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, por exemplo, são bancadas muito grandes e têm muito peso, terminou o Ceará perdendo quase R$ 200 milhões. Uma perda significativa para um estado que precisa de recursos, como o nosso”, afirmou ao Blog do Edison Silva.

> Heitor Férrer quer verba do pré-sal investida em educação; ouça:

 

Heitor Férrer pediu que verba seja investida na educação. Foto: ALECE

O parlamentar lembrou, porém, que os R$ 483 milhões que o Ceará receberá representam ‘um bom dinheiro’. Ele sugeriu que esse valor poderia ser utilizado para implantar, em parceria com as prefeituras, escolas de ensino fundamental em tempo integral no estado inteiro. “Essa é a diferença para o futuro. Se continuarmos com as escolas primárias, com os prefeitos enganando que dão escola fundamental sem formar essas crianças para o ensino médio, até para ingressar na escola de tempo integral profissionalizante, nós não vamos ter futuro”, sentenciou.