Para Fernando Hugo, programas de assistencialismo social não melhoraram a questão da desigualdade brasileira. Foto: ALECE.

O deputado Fernando Hugo (PP) repercutiu e lamentou, na sessão plenária da Assembleia Legislativa desta quinta-feira (17) os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontando a maior alta de desigualdade social registrada no Brasil. De acordo com a pesquisa, o rendimento médio mensal real do 1% da fatia mais rica da população brasileira atingiu, em 2018, o equivalente a 33,8 vezes o ganho obtido pelos 50% mais pobres do País. Ou seja, 1% da população mais rica – grupo que reúne apenas 2,1 milhões de cidadãos – teve rendimento médio mensal de R$ 27.744 reais, enquanto os 50% mais pobres – mais de 100 milhões – só ganharam R$ 820 por mês.

Para o parlamentar, os números aterrorizam e confirmam que, enquanto a maioria da população brasileira vive em uma situação miserável, alguns poucos gozam de um luxo acentuado. “É inaceitável que banqueiros e empresários paguem cotas do imposto de renda insignificantes diante do que lucram anualmente, enquanto os pobres, que já ganham pouco, continuam sendo os mais penalizados”, criticou.

Bolsa Família

Fernando Hugo criticou os programas federais de assistencialismo, criados nas últimas décadas, e apontou a necessidade de distribuição de renda que equilibre a qualidade de vida dos brasileiros. “Precisamos de uma forma distributiva de renda que tire um pouco do muito e se divida o pão. O que foi tentado por Fernando Henrique, Lula, Dilma e o próprio Bolsonaro, com Bolsa Família, foi um desastre. Como socialização, serve apenas como esmola e bolsa eleitoral. Muitos recebem Bolsa Família desde que nasceram e nada produziram para o País”, reclamou.

Imposto de Renda

O deputado citou o projeto de lei do senador Otto Alencar (PSD-BA), que elimina a atual isenção do Imposto de Renda da pessoa jurídica sobre lucros e dividendos e estabelece o percentual em 15%, descontado na fonte. “Temos que deixar de tanto falar e partir para a ação. Precisamos cobrar de quem ganha muitíssimo para tentarmos construir escolas e naipes sociais de sustentação de uma vida mais justa e honesta. O projeto do senador Otto Alencar não resolverá o problema, mas servirá como uma primeira ação para modificar essa realidade”, avaliou.

Em aparte, os deputados Sérgio Aguiar (PDT) e Vitor Valim (Pros) corroboraram com a opinião do colega parlamentar.