Diversas autoridades políticas do PDT, e de outros partidos, compareceram à convenção pedetista. Foto: Blog do Edison Silva.

O núcleo cearense do Partido Democrático Trabalhista, o PDT, realizou na manhã deste sábado (05), no auditório Murilo Aguiar da Assembleia Legislativa, a convenção que reconduziu o deputado federal André Figueiredo ao comando estadual da legenda, e o prefeito Roberto Cláudio à presidência da municipal na Capital. No entanto, o evento transformou-se em um ato de protesto às políticas adotadas pelo Governo Bolsonaro e de apoio ao nome de Ciro Gomes para a disputa à Presidência da República em 2022. Ciro, porém, não compareceu ao evento, que contou com as presenças de prefeitos, vice-prefeitos, deputados estaduais e federais, vereadores, secretários, lideranças partidárias e do presidente nacional da Agremiação, Carlos Lupi.

Em pronunciamento, Roberto Cláudio disse que falta clareza de um projeto nacional que mostre os rumos que o País deverá tomar. Segundo ele, a agenda de Bolsonaro é “supostamente” de valores. “Mas sobretudo de valores medievais.  O líder maior do país, que deveria ser exemplar, que deveria inspirar, que deveria representar símbolos e valores que dessem respeito ao Brasil aqui dentro e lá fora, não o faz”, atacou.

Para o dirigente, a única agenda perceptível é a econômica que, em suas palavras, é concentradora de rendas e de privilégios, “ignorante do drama das desigualdades de nosso País”. Segundo Roberto Cláudio, o PDT pode construir uma oposição respeitosa e construtiva, “descontaminada de ódio, que não seja motivada somente pelo troca-troca de agressões”.

“A gente substitui a deliberada ignorância no discurso ideológico por mais inteligência. “Acho que neste momento, quem tem mais autoridade moral, politica, independência e liderança para incorporar essas lutas é o nosso partido”, disse. Segundo defendeu, a luta de 2022 passa, necessariamente, por outra tarefa que envolve 2020.

“Há uma tarefa prática de não eleger muito, mas eleger bem, qualificar nossos parlamentos municipais e estaduais. Eleger vereadores nos municípios cearenses e brasileiros que se identifiquem com esses propósitos. E, em todo município do Ceará e Brasil, fazer ecoar as ideias e defesas de valores de nosso partido”, destacou Roberto Cláudio.

Uma segunda tarefa seria fortalecer a militância pedetista, principalmente  nas redes sociais. A terceira tarefa segundo destacou, é dar exemplo. “Precisamos ser decentes, não roubar, trabalhar com respeito ao povo”.

“Vivemos em um presidencialismo e precisamos eleger um líder exemplar, um líder inspirador pela trajetória de vida pessoal, pela capacidade de fazer e executar. E a coragem de lutar com o poder e os poderosos em nome do povo mais sofrido. A luta de 2020 é luta maior para 2022 para eleger Ciro Gomes presidente do Brasil”.

O deputado federal André Figueiredo foi na mesma toada do colega, e disse que o Brasil passa por um momento de retrocesso. Ele destacou a importância do Parlamento perante o Executivo que, em sua visão, é “completamente despreparado e desqualificado”.

“O PDT tem tido missão de combater incansavelmente isso. O PDT do Ceará e Fortaleza vêm na perspectiva de termos a clareza de nosso papel na construção de um novo Brasil em todos os municípios para que possamos ter performance que sirva de alicerce para que, em 2022, tenhamos um Brasil respirando novos ares”

Senador Cid Gomes chegou a dizer que o número de prefeitos eleitos poderia chegar a 80. André Figueiredo disse que meta é 70 eleitos. Foto: Blog do Edison Silva.

Para o senador Cid Gomes, o PDT do Ceará tem maior responsabilidade do que os outros, visto que possui o maior número de prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais. Segundo ele, isso aumenta a responsabilidade da sigla e obriga as lideranças a apelarem a todas as lideranças do Interior focar nas eleições  municipais de 2020.

70 prefeitos

“Será uma eleição diferenciada. Não teremos a coligação proporcional. Portanto, temos que filiar pessoas para serem candidatos a vereador, para que representem os mais diversos setores da sociedade, a juventude, mulheres, todos os segmentos do nosso partido e em nossas chapas proporcionais”, defendeu.

Atualmente, o PDT possui 54 prefeitos, e tem como meta eleger até 70 em 2020. Já o número de candidatos a vereador poderá chegar a 600.

“É importante que a gente tenha maior quantidade de prefeitos para fazermos mais pela educação do Interior, pela saúde das pessoas mais pobres do Interior. A política é algo que, infelizmente, não  goza de um bom conceito. Muitos têm na política a preconcepção que é um espaço de oportunidades e aproveitadores. Mas nós só mudaremos a situação da maioria do povo brasileiro, nordestino e cearense se for pela implantação da boa política pública”.

Enjoado

Cid Gomes afirmou que o irmão, Ciro, faltou ao evento, pois estava indisposto. A assessoria do ex-governador informou que ele estava viajando. Segundo o senador, Ciro está “enjoado” com as coisas que estão acontecendo no País. “Mas  não podemos perder as esperanças. O PDT tem a prática, o processo e a militância e, em 2022, poderemos ter um presidente da nossa legenda, preocupado com o Brasil de fato, com o Brasil real. Esse nome é Ciro Gomes”.