“Leão” no vídeo publicado em seu Twitter, Bolsonaro não encarou uma pergunta dos repórteres em entrevista. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro abandonou uma entrevista coletiva ao ser questionado sobre as críticas do decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Celso de Mello. O episódio diz respeito a um vídeo, replicado por Bolsonaro em suas redes sociais, nas quais o STF é apontado como um entre vários inimigos do presidente.

Segundo o UOL, ao sair do hotel em que está hospedado na Arábia Saudita nesta terça-feira (29/10), o presidente brasileiro conversou com repórteres sobre as expectativas da visita oficial. Quando questionado a respeito das críticas do ministro, no entanto, interrompeu a entrevista e foi embora.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, no entanto, o presidente admitiu que a publicação do vídeo foi um “erro”, e pediu desculpas. “Me desculpo publicamente ao STF, a quem por ventura ficou ofendido. Foi uma injustiça, sim, corrigimos e vamos publicar uma matéria que leva para esse lado das desculpas. Erramos e haverá retratação”, disse o presidente durante viagem à Arábia Saudita.

Filme infantil
No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) apontou nesta segunda-feira (28/10) o Supremo Tribunal Federal como um de seus inimigos. A manifestação veio por meio de divulgação de um vídeo no qual um grupo de hienas ataca um leão.

O felino é identificado como “presidente Bolsonaro”, e as hienas vão sendo identificadas como várias entidades, instituições e organizações  da sociedade brasileira. Entre os inimigos do presidente estão o partido dele, o PSL, e o STF.

A postagem foi removida do perfil do presidente por volta das 18h do mesmo dia.

Expressão odiosa
Procurado pelo jornal Folha de S.Paulo, Celso de Mello afirmou que o episódio mostra que o “atrevimento presidencial parece não encontrar limites”.

Para o ministro, comparar o STF à uma hiena é uma atitude absurda e grosseira por “falsamente identificar a Suprema Corte como um de seus opositores”. “Além de caracterizar absoluta falta de “gravitas” e de apropriada estatura presidencial, também constitui a expressão odiosa (e profundamente lamentável) de quem desconhece o dogma da separação de poderes.”

Do site Conjur