O líder do Governo na Câmara, Ésio Feitosa (PDT). Foto: CMFor

 Mais uma vez a liderança do prefeito Roberto Cláudio na Câmara Municipal de Fortaleza teve dificuldade em aprovar uma proposta oriunda do Governo Municipal. Como tem sido comum nas plenárias deliberativas, a própria base tem dificultado aprovação mais célere de matérias do Executivo. A votação da criação do Fundo Imobiliário da cidade demorou mais de uma hora, isso porque não havia aliados suficientes para deliberação da matéria.

Já para início da Ordem do Dia, por volta de 10h50, os vereadores tiveram dificuldade para atingir o quórum, que só foi conquistado 20 minutos depois, com 24 parlamentares presentes. Quem garante o quórum mínimo para discussão na Casa são os governistas, que correspondem a 36 dos 43 vereadores da Casa Legislativa.

Depois de toda a discussão, o projeto foi aprovado por volta das 12h05min, com 21 votos favoráveis e apenas quatro contrários. A oposição até tentou obstruir a votação, mas não obteve sucesso, como geralmente ocorre. Durante o processo de votação, o vereador Adail Júnior (PDT) realizou três chamadas antes do quórum mínimo de presentes.

Os vereadores Sargento Reginauro (sem partido) e Guilherme Sampaio (PT) foram os únicos que se pronunciaram contra a matéria. De acordo com Reginauro, as mensagens do Governo chegam à Casa “às escuras” e são aprovadas sem se saber as reais intenções do Governo Municipal.

“Enquanto membro do Poder Legislativo, eu preciso saber para que depois eu sendo abordado pela população, saiba responder. Eu não sei qual o terreno o prefeito quer desafetar para alienar. É mais uma vez um cheque em branco que o Poder Executivo pede”.

Oposição

Adail Junior, por sua vez, lembrou que a matéria está tramitando na Casa desde o início de agosto. John Monteiro (PDT) também partiu em defesa da proposta e atacou os opositores. Segundo ele, a oposição não tem projeto para a cidade e só tem a reclamar dos benefícios feitos pelo prefeito. “O prefeito Roberto Cláudio está mostrando para o Brasil todo que ele resolve as coisas de Fortaleza sem o Governo Federal”, disse.

O líder do Governo, Ésio Feitosa (PDT), chamou a oposição de “incomodada”, visto os serviços que a gestão tem a mostrar. “Isso chateia parte da oposição, porque parte dela nunca fez nada por Fortaleza. A outra parte teve oportunidade de fazer e não fez sequer 20% o que o prefeito tem feito nessa cidade. O que incomoda é que o prefeito está atrás de recursos para complementar recursos que não estão chegando pelo Governo Federal”, disse.

Ele explicou que o Fundo Imobiliário trata-se apenas de terrenos e imóveis da Prefeitura que são inservíveis poderão ser alienados, com licitação prévia, com respeito a todos os princípios da administração pública. “Os recursos da alienação desses bens só poderão  ser usados para aquisição de novos imóveis”, disse.

Quórum

Ao término dessa votação, uma nova foi iniciada, e mais uma vez, houve dificuldade para o quórum mínimo. Somente 18 vereadores tinham registrado presença  no início da apreciação do projeto do Governo que concede a administração do “Largo dos Tremembés” à iniciativa privada. Parlamentares se revezaram na tribuna do plenário da Casa para evitar que a sessão fosse levantada.

Presidindo a sessão, o vereador Raimundo Filho (PRTB) fez três chamadas, e o quórum só foi atingido às 13h20. A matéria foi aprovada com 22 votos favoráveis, um contrário e três abstenções.

O projeto que concede o Mercado dos Peixes para a iniciativa privada também foi lido durante a plenária deliberativa, mas voltou para as comissões visto que recebeu emenda antes da votação.