Cid Gomes diz que PEC Paralela tem grandes chances de chegar à Câmara Federal e estagnar. Foto: Blog do Edison Silva

Reunidos em evento na Assembleia Legislativa do Ceará, na manhã desta sexta-feira (6), os senadores Randolfe Rodrigues (Rede/AP), Cid Gomes (PDT/CE) e o presidente da AL-CE, deputado José Sarto (PDT), comentaram sobre a chamada PEC paralela, do senador Tasso Jereissati (PSDB/CE), que reinclui estados e municípios na Reforma da Previdência, mas de forma que as Assembleias Legislativas terão que dar o aval. Muitos avaliam que a medida poderá gerar desgaste da classe com a opinião pública.

O presidente da Assembleia, deputado José Sarto, afirmou que a medida pode, sim, causar algum desgaste, mas que isso faz parte da vida política e governos estão aí para tomarem posições que entendam como corretas, mesmo que estas nem sempre sejam populares. Ele entende, porém, que o Ceará sofrerá pouco com o impacto da reforma. “Para o caso do Ceará, nós já temos tido avanços, porque tivemos alguns arranjos desde 2014. Aumentamos alíquotas do servidor estadual, fizemos um corte de servidores de um modo geral, a suspensão momentânea dos concursos públicos, que impactam no ingresso da vida pública e, certamente, baseado em cálculos atuariais, repercute na previdência futura. Então, para o Ceará tem pouca impactação, mas para alguns estados talvez tenha”, explicou ao blog.

Câmara deve barrar

Já o senador Cid Gomes afirmou que provavelmente a PEC não passará na Câmara Federal. “O que me causa desconforto é que a motivação aparente é de que a maioria dos líderes de partidos não compõem a base dos governadores nos estados em que representam, e que não querem, vamos dizer assim, dar um benefício sem um desgaste para o governador. Isso para mim é uma motivação muito mesquinha, muito miúda, quando se deve ter um pensamento mais nobre, pensar no país. O senador Tasso, que é o relator da Comissão de Constituição e Justiça, está propondo uma PEC paralela. O líder do meu partido, o Weverton (PDT/MA), diz que é a ‘PEC da balela’. Ele aprova, aqui não é em relação ao Tasso, não duvido da honestidade e da sinceridade do Tasso, mas isso chegará na Câmara e vai para uma gaveta mais profunda. É isso que os que conhecem mais falam. Mas nós estamos no terreno das especulações, vamos ver e cada um cumprir o nosso papel”, afirmou.

Randolfe Rodrigues espera que a PEC paralela avance, reiterando as críticas à Reforma da Previdência proposta. “Eu espero que a PEC Paralela avance, não fique só como carta de intenções lá no Senado. A Reforma da Previdência, com o texto que está, ela retira mais direitos do que devolve. Reforma da Previdência boa é aquela que é boa para o povo brasileiro, para os trabalhadores, não aquela que é boa só para uma meia dúzia de banqueiros”, explicou.