Camilo terá dificuldades em subir em alguns palanques de aliados. Foto: Governo do Estado/Divulgação.

Faltando menos de um ano para que candidatos a prefeito saiam pelas ruas fazendo suas propagandas políticas, o governador Camilo Santana (PT) já sabe que terá dor de cabeça para administrar sua ida a determinados municípios. Em praticamente todas as cidades do Ceará o chefe do Executivo estadual tem aliados tanto na gestão municipal quanto na oposição.

Até em Fortaleza, a tendência é que Camilo se afaste da disputa, como fez no primeiro turno das eleições de 2016. Na ocasião, aliado de primeira hora do prefeito Roberto Cláudio, do PDT, o governador teve que se afastar da candidatura de sua correligionária petista, Luizianne Lins.

De acordo com um aliado de Camilo, ele terá, por enquanto, quatro municípios em que comparecerá do lado de um candidato sem ser cobrado pelo adversário local. São eles: Maracanaú, Horizonte, Pacoti e Barbalha.

Em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), por exemplo, é administrado pelo prefeito Firmo Camurça (PSDB), apadrinhado político do deputado federal Roberto Pessoa (PSDB), um dos principais adversários do grupo político do qual Camilo faz parte.

Lá, o atual líder do Governo, o deputado Júlio César Filho (Cidadania), deve, mais uma vez, tentar ser eleito prefeito do Município, contando com 100% do apoio do governador. Em Barbalha, no Cariri, município em que Camilo Santana nunca se consagrou vitorioso, a oposição à sua gestão também comanda a cidade.

A cidade deverá ter maiores investimentos e visitas por parte de Camilo. O grupo de oposição local, comandado pelo deputado estadual Fernando Santana (PT), já se prepara para apresentar sua candidatura que terá total apoio do governador. Recentemente, os dois estiveram no Município inaugurando uma Areninha.

Em Horizonte, Nezinho Farias (PDT) deve contar com o apoio integral de Camilo para um possível retorno ao Executivo Municipal ou até lançar alguém de seu grupo político contra o atual prefeito Chico César (PSDB). Em Pacoti, no Maciço de Baturité, o governador também não terá muitos problemas entre seus aliados, estejam eles na gestão ou oposição ao Governo local.

No entanto, na maioria dos municípios ele, inclusive, tenderá a evitar uma maior proximidade com esta ou aquela candidatura. Em Camocim, por exemplo, Sérgio Aguiar e Romeu Aldigueri, apesar de serem filiados ao mesmo partido, o PDT, e participarem do mesmo grupo político, são adversários ferrenhos na cidade.

O mesmo para Agenor Neto (MDB) e Marcos Sobreira (PDT), no Iguatu. Em Juazeiro do Norte e Crato, no Cariri, oposição e situação são aliadas de Camilo Santana, assim como no Canindé, Quixadá e na maioria dos municípios cearenses.

Em Fortaleza, maior colégio eleitoral do Estado, algo semelhante ao que aconteceu em 2016 deve se repetir. Isso porque o partido do governador, o PT, não abre mão de lançar candidatura própria.

Camilo é aliado de primeira hora do PDT, maior partido da sua bancada de sustentação na Assembleia. A tendência é que o chefe do Executivo estadual se afaste da disputa na Capital, pelo menos no primeiro turno. O que será bem difícil de acontecer devido as pressões que deve sofrer por todos os lados.