Bolsonaro nomeia o procurador Augusto Aras para Procurador Geral da República. Ele não estava na lista tríplice

Depois de longa espera, com vários concorrentes, além da lista tríplice feita pelos próprios integrantes do Ministério Público Federal, o subprocurador Antônio Augusto Brandão de Aras, professor da Faculdade de Direito da UnB, foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para comandar a Procuradoria Geral da República (PGR) no próximo biênio, com o término do mandato de Raquel Dodge. Ele não constava da lista tríplice.
Doutor em Direito Constitucional pela PUC-SP, mestre em Direito Econômico pela UFBA, as suas teses de doutorado sobre a adoção do Mandato Representativo Partidário e da Fidelidade partidária foram acolhidas como jurisprudência (leading case) pelo STF (MS 26.603 e MS 30.380).
Aras ingressou no MPF em 1987 e já atuou na 1ª Câmara de Coordenação e Revisão em Matéria Constitucional e Infraconstitucional; na 2ª Câmara de Coordenação e Revisão em Matéria Penal na qualidade de Coordenador do Grupo de Trabalho de Enfrentamento dos Crimes Econômicos; na 3ª Câmara de Coordenação e Revisão em Matéria Econômica e do Consumidor, ora seu Coordenador (2018/20); no Conselho Institucional ; no Conselho Superior do Ministério Público Federal. Foi Procurador Regional Eleitoral na Bahia (1991/93); representante do MPF no Cade (2008/10) e Corregedor Auxiliar do MPF (2012/13), além de ser professor da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) desde 2002.
Augusto Aras recebeu demonstrações de reconhecimento de sua atuação por meio de moções, medalhas e diplomas de Mérito nas áreas de Direito Eleitoral, Direito Econômico e Direito Coletivo, em distintos Tribunais do País e de placas comemorativas em reconhecimento aos serviços prestados ao MPF e à sociedade. Além disso, foi integrante da comissão de juristas constituída pelo MJ para a elaboração do projeto de lei da nova ACP e participou também da comissão de juristas constituída pela UnB, Senado, Câmara e Conselho Federal da OAB para os estudos destinados à reforma eleitoral (2009).
Na representação do MPF, no biênio (2008/10), o Cade foi considerado a melhor agência antritruste das Américas, com o reconhecimento oficial da participação do MPF/Cade.
Aras não integrava a lista tríplice feita pelo parquet, e Bolsonaro cumpre o que já dizia, vencendo o corporativismo ao anunciar um nome que não tinha sido escolhido pela classe.
Augusto Aras é um nome conhecido e reconhecido no Direito, e tem tudo para ser um excelente procurador-Geral da República, honrando o bom nome do Ministério Público brasileiro, órgão que fez e faz muito pelo país, mas que, como bem já se viu, cometeu também seus pecadilhos.
Com informações do site Migalhas