Atividade econõmica no Brasil recuou 0,13% no segundo trimestre de 2019, comparado ao primeiro trimestre do mesmo ano, diz Banco Central. Foto: Montagem/Blog do Edison Silva

Nesta segunda-feira (12), o Banco Central informou que a atividade econômica apresentou retração pelo segundo trimestre seguido. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou queda de 0,13% no segundo trimestre, comparado com o período de janeiro a março deste ano. Já a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi ajustada de 0,82% para 0,81% neste ano. Segundo a pesquisa, não houve alteração nas estimativas para os anos seguintes: 2,1% em 2020, 2,5% em 2021/2022.

Taxa Selic

O mercado financeiro continua reduzindo a projeção para Selic, que é a taxa básica de juros da economia, ao fim de 2019. Segundo o Boletim Focus, pesquisa divulgada todas as semanas pelo Banco Central do Brasil (BC), a previsão é que a Taxa Selic encerre 2019 em 5% ao ano. Na semana passada, a expectativa tinha caído de 5,5% ao ano para 5,25% ao ano. As revisões das expectativas ocorreram após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual para 6% ao ano, no dia 31 de julho.

Para o fim de 2020, a previsão continua em 5,5% ao ano. Também não houve alteração na expectativa para o final de 2021 e 2022: 7% ao ano.

Reação do mercado

Para José Pena, economista-chefe da Porto Seguros, com a desaceleração econômica global, o prenúncio de uma nova rodada de deterioração da crise argentina, segundo ele importante para a atividade industrial brasileira, e uma retomada ainda lenta da atividade doméstica, é bastante razoável que o Copom possa levar a Selic ao patamar de 5% ao longo dos próximos meses sem temer uma ameaça ao cumprimento da meta de inflação para 2020. Um Real (moeda) mais depreciado, porém, pode limitar esse movimento de queda da Selic caso a moeda se estabilize em um patamar ao redor de R$ 4,20/USD (dólar americano) ou ainda mais desvalorizado.

Inflação

A estimativa de inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caiu de 3,80% para 3,76%. Não houve alteração nas estimativas para os anos seguintes: 3,90%, em 2020, 3,75%, em 2021, 3,5%, em 2022.

A meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é 4,25%, em 2019, 4% em 2020, 3,75% em 2021 e 3,5%, em 2022 com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros.

Quando o Copom reduz a Taxa Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Dólar

A previsão para a cotação do dólar ao fim deste ano permanece em R$ 3,75 e, para 2020, em R$ 3,80.