A.Capibaribe Neto – Especial para o Blog do Edison Silva – Certa feita, no Nepal, aventurei-me por uma longa estrada, primeiro, margeando o Rio Bagmti que desce do Himalaia com água cristalina e chega a Katmandu quase uma correnteza sujeira, o guia virou à esquerda e embrenhou-se por um caminho sinuoso desde sopé dos primeiros arremedos tímidos da montanha imensa e fez-me descobrir o que era adrenalina pura enquanto subia, ao sabor das curvas às luzes do amanhecer, para um lugar privilegiado de onde contemplar o nascer do sol refletindo no pico mais alto do mundo: o Evereste, também conhecido como Sagarmatä Feng, em Chinês, a 8.848 metros acima do nível do mar, na subcordilheira Mahalangur Himal dos Himalaias.

Adrenalina, ao longo de todo o caminho era o sinônimo mais gentil para “medo”, na sua melhor essência, mas o que seria desse medo se não fosse a magia do desafio e principalmente o privilégio do espetáculo?

O Evereste divide o Nepal do Tibet. É uma fronteira gelada e perigosa a impor limites quase a tocar o céu. Na rota quase sempre fora dos roteiros confortáveis e perfumados, até chegar o local reservado para a pouca plateia, pedia para o guia parar, aqui e ali, para dar vez à imaginação, registrando imagens irrepetíveis. Dada à proximidade com a Índia, a palheta das cores são prato cheio para as lentes ávidas do viajor atrevido. Essas imagens de hoje são quase nada desse privilégio de arriscar ir tão longe e não morrer sem ter ousado.

Texto e Fotos: A.Capibaribe Neto – Especial para o Blog do Edison Silva.