Por  A.Capibaribe Neto – Especial para o Blog do Edison Silva – Diz um ditado, espanhol: “duas pessoas olham através da mesma fresta; uma vê o campo e a outra as estrelas…” Tirar um retrato, produzir uma fotografia, fazer um selfie, são três coisas totalmente diferentes, embora as três, a bem da verdade, resultem em uma imagem.

Existem os tiradores de retrato que apertam o botão disparador de sua câmara, seja ela simples ou cheia de tecnologias e apenas gravam o que quer que seja, sem o cuidado ou a sensibilidade para entender um ponto de fuga ou trabalhar com a lei dos terços, para o resultado de um bom enquadramento. Suas imagens não têm alma.

O que produz uma fotografia, apenas registra o que lhe foi pedido para atender a um layout. Quanto aos “selfistas” viciados, são os que conseguem obrar o milagre dos sorrisos de fração de segundo.

Quer entender melhor?

Observe em um restaurante, por exemplo, os casais que fotografam desde a comida a uma taça de vinho, relegando ao mais humilhante dos ostracismos, a garrafa e o seu rótulo, mas é melhor mesmo, porque um viciado em selfie que se diverte geralmente pede um balde de gelo onde seu vinho, mesmo que seja de boa cepa, de boa uva, está normalmente se afogando entre pedras de gelo dentro de um balde. São detalhes fáceis de deletar.

Existe o caçador de imagens, aquelas que lhes toca a alma e enleva o espírito porque aprendeu a escolhê-las para emoldura-lãs nas suas lembranças ou dividi-las com as pessoas queridas. Tudo isso, até aqui, para falar dessas imagens de hoje.

Quando ando mundo afora, procuro ficar atento aos detalhes, às luzes e sombras e depois, me refestelo a transformá-las em rimas nas prosas e ou nos versos com a imaginação. A fotografia comprida, feito um poste, foi feita de cima para baixo dentro de um shopping, em São Paulo; a fotografia à direita, no alto da montagem, é uma macro imagem do centro de um girassol. Depois, tem o corrimão de bronze bem polido, a valorizar a perspectiva é as sombras com que fui brindado em uma manhã de sol de um inverno qualquer. A última imagem, apesar de ter sido gravada em modo color, assumiu a beleza dos tons de cinza que valorizaram o contorno da montanha distante e uma árvore despida em outro horizonte invernal, esse, caçado em um lugar longe demais.

Texto e Fotos:  A.Capibaribe Neto