Filho do presidente Jair Bolsonaro pode assumir cargo em embaixada brasileira em Washington, nos Estados Unidos. Foto: Câmara dos Deputados

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, confirmou nesta sexta-feira (26) que o Brasil já enviou para o Governo dos Estados Unidos a consulta para a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) como embaixador no país norte americano. Na diplomacia, essa consulta é chamada de agrément.

“Foi pedido o agrément e esperamos a resposta americana. É uma coisa que ocorre de acordo com a praxe diplomática, por seus canais próprios. Eu tenho a minha grande certeza de que será concedido esse agrément pelo governo americano e que o Eduardo Bolsonaro será um ótimo embaixador”, disse Araújo.

A confirmação de Araújo foi feita durante a entrevista coletiva que o chanceler concedeu após a reunião de ministros das Relações Exteriores dos Brics, bloco de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que aconteceu na manhã desta sexta no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro. Após a etapa de concessão do agrément pelo governo dos Estados Unidos.

Reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Foto: Pedro França/Agência Senado.

Senado tem de aprovar indicação.

Os indicados pelo presidente da República para exercer o cargo de embaixador do Brasil no exterior tradicionalmente são escolhidos entre ministros de primeira ou segunda classe do Itamaraty. Depois de publicado no Diário Oficial da União, o nome chega ao Senado e precisa passar pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE). O presidente da CRE escolhe um senador para apresentar o currículo e fazer um relatório para a comissão, que recebe um prazo para analisar cada caso. E então é marcada uma reunião para a sabatina, na qual os senadores fazem perguntas ao candidato sobre a formação dele e também sobre situações reais ou hipotéticas e a postura do indicado em relação ao país para onde pretende ir.

O senador Chico Rodrigues, do Democratas de Roraima, explica que esses questionamentos fazem parte de uma formalidade. “Obviamente essas sabatinas são, em tese, basicamente apenas a ratificação da indicação do Governo de nomes que são expressivos na diplomacia nacional, visto que têm uma experiência acumulada altíssima. Eu diria que, para grandes postos, grandes nomes, grandes experiências, para que possam facilitar nas relações diplomáticas a presença viva, e ativa, e proativa do Brasil em todos esses fóruns”, afirmou.

Em seguida, é feita votação secreta na comissão, e o nome segue para uma nova avaliação no plenário do Senado. E para ser aprovado lá, o futuro embaixador precisa que mais da metade dos votos seja favorável. Isso se estiverem presentes na sessão, no mínimo, 41 senadores.

Com informações da Agência Brasil e da Agência Senado.