O presidente da CCJ ressaltou os não convites para manter sua “sanidade mental”. Foto: Câmara dos Deputados.

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, deputado Felipe Francischini (PSL/PR), anunciou na reunião desta quarta-feira (03) que não vai pautar novos convites para ouvir o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

Na última terça-feira (02), Moro compareceu à reunião conjunta da CCJ; da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público e de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. O ministro, durante mais de sete horas, prestou esclarecimentos sobre denúncias publicadas pelo site The Intercept Brasil.

A reunião foi encerrada após desentendimentos entre parlamentares, a partir da fala do deputado Glauber Braga (PSOL/RJ), de que Moro seria reconhecido pela história “como um juiz que se corrompeu, como um juiz ladrão”.

“Eu não vou pautar, no que depender de mim, convite mais. Eu não quero, pela minha sanidade mental, fazer outra reunião com Sergio Moro sobre o mesmo assunto, porque já não vai levar a nada. As mesmas perguntas sendo repetidas, um monte de agressão ao ministro, os deputados se agredindo dos dois lados. Então, para minha sanidade mental, não vou pautar mais isso. E convocação acho que não cabe”, disse Francischini.

Para o presidente da CCJ, Sergio Moro não pode ser convocado por atos pretéritos, de quando ele era juiz. Mas para a deputada Talíria Petrone (PSOL/RJ) não cabe ao presidente da CCJ decidir sobre a convocação ou não do Ministro da Justiça. “Não sabemos se vamos ter necessidade de novas convocações inclusive do próprio ministro Moro. A gente não tem que partir do pressuposto de que agora não vamos mais convocar, até porque, com todo o respeito, isso não cabe à Vossa Excelência, isso cabe ao conjunto de deputados, incluindo Vossa Excelência”, afirmou Talíria.

Novos convites

O deputado Sóstenes Carvalho (DEM/RJ) defendeu que Sergio Moro possa ser convidado outras vezes para prestar esclarecimentos na CCJ, pois acredita que isso fortalece o ministro. “Pode deixar ele vir, convidem todas as vezes. A oposição está fazendo um serviço ao Brasil e em breve veremos Sérgio Moro presidente desse jeito”, defendeu Carvalho.

O deputado José Guimarães (PT/CE) acredita que um novo convite a Moro tem que ser decidido em reunião e disse que houve abusos dos dois lados. “Eu ouvi aqui ontem cada palavrão contra a presidente Dilma, contra o PT, e agora Vossas Excelências vem aqui se fazer de vítimas?”, afirmou o cearense. Guimarães acrescentou, ainda, que na audiência com Sérgio Moro 80% dos deputados inscritos não falaram.

Com informações da Agência Câmara