Ordenha mecânica. Foto: Pixabay.

Acompanhe artigo do deputado estadual Antônio Granja (PDT) sobre o Impacto da Desvalorização do Leite no Ceará:

Ao longo do tempo o preço do leite produzido no Ceará vem causando muito sofrimento e angústia para os produtores com a desvalorização de seu trabalho. O valor do leite produzido acreditem, é o mesmo há cerca de 20 anos, e o preço do litro pago pela indústria continua variando entre R$ 0,70 e R$ 1,20. Entendo que como produto diferenciado o leite merece um olhar mais atencioso.

Apesar da passagem do tempo e da modernidade, a produção do leite no interior ainda é realizada em boa parte por famílias, numa tradição antiga repassada de pai para filho. Além de sustentar a atividade, os produtores familiares mantêm uma cadeia produtiva que paga impostos, gera empregos, ocupação e renda para muitos cearenses. Só que, o preço pago pela indústria de beneficiamento está tornando inviável a atividade leiteira em território cearense.

É chover no molhado!  lembrar que todos os insumos usados pelo setor produtivo sobem o tempo todo, então é preciso estabelecer políticas e medidas que viabilizem a produção e contribuam para a manutenção do homem no campo, evitando o êxodo para as grandes cidades e as consequências que isso acarreta. Entendo que é necessário enfrentar o problema a partir de três eixos.

O primeiro é a priorização do produto no mercado cearense. Não se trata de barrar o que vem de outros estados e países, mas priorizar a compra do que é produzido aqui. Também é necessário aproveitar melhor o leite na merenda escolar da rede pública, no ambiente das creches, hospitais, postos de saúde, UPA’s e em outros locais e atividades que necessitem deste consumo. O último eixo seria tratar dos impostos sobre a venda do produto e principalmente na aquisição de rações, criando mecanismos de proteção ao produtor para que insumos básicos como a ração dos animais cheguem por um preço menor.

Não há condições de o produtor rural pagar o que se paga hoje em dia pelo milho, torta de algodão (resíduo) e soja, advindos de estados do Centro-Oeste, onerando a nossa produção cada vez mais deficitária. A cadeia produtiva do leite é uma atividade tão antiga quanto vital para a subsistência, então precisamos encontrar meios de valorizar e manter viva a atividade leiteira no Ceará.

Evitando distorções como no comparativo com um refrigerante de 350 ml ou uma garrafa de água mineral de 500 ml que variam de R$ 2,00 a R$ 4,00 reais. Veja só a que ponto chegamos quando uma dose de cachaça custa R$ 2,00 reais e o litro de leite em média R$ 1,00.

Antônio Granja

Deputado Estadual (PDT)